A travessia do Madeira – artigo

As obras da ponte já vão alcançando um estágio intermediário (Foto: Gleilson Miranda)
As obras da ponte já estão alcançando um estágio intermediário (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Desde muito pequeno sonhei, como toda e qualquer criança, viajar, conhecer o mar e estudar em outro estado. Sempre ouvia relatos sobre o quanto custavam tais “aventuras” e o quanto a BR-364, ao mesmo tempo em que seria a menor distância para alcançar meus sonhos, era também o maior pesadelo: lama, buracos, rios, pontes e balsas.

Cresci e, chegando aos 46, vejo os anos transformando essa realidade, a estrada já pavimentada e a ponte sobre o Rio Madeira se tornando concreta. Daqui do nosso lado, pela mesma rodovia, já conseguimos chegar até Cruzeiro do Sul.

Nos últimos dias, vi o que alguns não querem ver: imagens da ponte enorme se estendendo sobre o Rio Madeira, em Rondônia, para acabar de vez com os nossos contratempos. Foram tantos, durante a enchente de 2014, não é verdade? Parecia que nossa floresta ia virar mar, com a água do Madeira afundando a estrada, deixando o Acre ilhado, sem combustível, sem gás de cozinha, sem alimentos. E haja prejuízo para os caminhoneiros! Tivemos que utilizar o trecho recém-construído até o Juruá para importar produtos via Cruzeiro do Sul, em carros pesados, em pleno inverno, comprometendo o leito ainda não consolidado.

E, para piorar a situação, apareceram os arautos da má política, do pessimismo doentio, pessoas eleitas pela boa fé do povo pregando a descrença, acusando injustamente os que enxergam soluções e correm atrás, mostrando do que são capazes. Pude acompanhar e ver os maus políticos vociferando, tentando desmerecer os esforços da boa política. Falavam com a pequenez de quem não consegue pensar o futuro e entender o desenvolvimento como benefício para o coletivo, e se jogavam na insensatez de suas próprias mentiras, tentando fazer com que outros acreditassem nelas.

Que pena que esses sujeitos não percebem que vivemos a era da produção colaborativa! De todo mundo para todo mundo. E que não façam nenhum esforço para entendê-la e respeitá-la. É tão fácil aceitar que há espaço para todos, e que pouco importam as contradições entre o que devemos fazer e o que podemos fazer!

A questão é: “Somos o que compartilhamos”. Prefiro a produção colaborativa, que se baseia na prática e princípios de responsabilidade, verdade e cidadania. Que se faz por meio de uma imersão cultural, social e humana. Aqui cabe a pergunta: qual o papel do Estado? Posso responder que pensar o futuro é abrir mão, muitas vezes, de um presente tranquilo por outro, de riscos.

Entendo que, hoje, o maior risco é não correr riscos. Garantir as melhores condições para que o novo floresça e continue florescendo está entre os principais desafios de qualquer gestão. O economista Celso Furtado insistia que o desenvolvimento requer a invenção do futuro. E o futuro não deve chegar sem ética e criatividade.

Observem as imagens da BR-364, feitas pelo repórter fotográfico Gleilson Miranda, em suas férias, divulgadas na página de Facebook do governador Tião Viana. Vamos lá, mais vale uma imagem que mil palavras! A ponte do Rio Madeira vai se materializando, o espelho do mundo real é vencedor. Diante dos fatos em construção, podemos alimentar diferenças, mas isso não quer dizer que não podemos nos ajudar e sonhar juntos algumas vezes.

O Acre é o grande projeto de todos nós, e o seu desenvolvimento tem de ser economicamente viável. O futuro já começou.

Alexandre Nunes é diretor da Fundação Aldeia de Comunicação do Acre (Fundac) 

As obras da Ponte sobre o Rio Madeira continuam…#PonteRioMadeira #GovernoFederal #Dnit #Integração DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes #Rondônia #Acre

Publicado por Tião Viana em Segunda, 1 de fevereiro de 2016

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