Acre é um dos estados que menos desmatou na Amazônia Legal

De acordo com a análise preliminar do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na Amazônia Legal aumentou 13,7% , equivalente a 7.900 km² de floresta desmatada, entre agosto de 2017 e julho de 2018. No estudo, os estados do Pará (2.840 km²), Mato Grosso (1.749 km²), Rondônia (1.314 km²) e Amazonas (1.045  km²) são os que têm a maior área de perda florestal.

Já o Acre, apesar de ter aumentado seu percentual interno de desmatamento (82,9%), avançou apenas 470 km² em área de floresta. Ao longo dos últimos 14 anos, o estado reduziu 65% do seu desmatamento, ao mesmo tempo em que avançou na melhoria de indicadores econômicos locais, como o Produto Interno Bruto (PIB), por exemplo, que nas últimas duas décadas saltou de aproximadamente R$ 1 bilhão para R$ 14 bilhões.

“Por acreditarmos que o resultado preliminar do desmatamento no Acre para 2018 está muito acima do esperado, solicitaremos ao Inpe a revisão dos dados referentes às cenas analisadas, ao mesmo tempo em que faremos a checagem em campo dessas áreas para esclarecer quaisquer dúvidas”, salientou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Edegard de Deus.

A taxa preliminar foi obtida pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes/Inpe). Nesse estudo, o instituto publica estimativas iniciais baseadas na análise de uma amostra do total de imagens de satélite disponíveis. O Acre é dividido, nessa metodologia, em 12 cenas, mas apenas três foram lidas e analisadas no estudo preliminar.

O mapeamento utiliza imagens de satélite para registrar e quantificar as áreas desmatadas maiores que 6,25 hectares. Entretanto, o Acre praticamente eliminou grandes desmatamentos, sendo o restante das ocorrências menor do que o tamanho mínimo que o Inpe avalia anualmente. Isso resulta numa dinâmica de acúmulo de desmatamento de um ano para o outro.

Outro fator que contribui para o desmatamento na Amazônia é o discurso político de transgressão às leis ambientais, que ganhou força no Brasil e no Acre. Na contramão desse imaginário, o governo do Estado manteve as operações de fiscalização durante o período eleitoral.

O estudo consolidado do Prodes/Inpe será publicado entre março e junho de 2019.

Alberto Tavares, presidente da Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais (CDSA), observa: “É muito importante compreender que, mesmo dentro desse cenário de crescimento do desmatamento, o Acre se posiciona no ranking nacional dos estados amazônicos como um dos que menos desmata em área absoluta, enquanto apresenta números de dinâmica econômica e social mais expressivos que os demais”.

Economia de base diversificada

Ao longo dos últimos oito anos, o governador Tião Viana consolidou um modelo de gestão produtiva diversificada de base sustentável, que agrega prosperidade econômica com valorização do capital natural, justiça social, com melhoria da saúde e educação, geração de emprego e renda e conservação dos recursos naturais.

O Estado tem apresentado resiliência e superado uma das maiores crises econômicas e financeiras, com a manutenção de investimentos direcionados ao setor produtivo rural e florestal, incluindo expansão da área industrial. Referência internacional e nacional, o Acre foi o primeiro no mundo a executar Programa Global REM (REDD Early Movers – pioneiros na conservação), financiado pelo Banco KfW.

A diretora-presidente do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), Magaly Medeiros, salienta a importância de se dar continuidade à política de desenvolvimento sustentável acreana. “O Acre continua abaixo dos níveis de referência que assumiu para honrar o compromisso de redução do desmatamento até 2020. Entretanto, esse desafio é permanente. O Estado precisa continuar trilhando o caminho da sustentabilidade, investindo e incentivando a promoção dos serviços ambientais, tanto em áreas de floresta quanto nas áreas abertas”, afirmou.

Leia também: Economia de base diversificada: o caminho do progresso da sustentabilidade no Acre

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