Fundação Merieux investirá 1 milhão de euros em laboratório de virologia biomolecular no Acre

O governador Tião Viana e o representante da Fundação Merieux, Benoit Meribel, assinaram o Termo de Cooperação para a implantação do Laboratório de Virologia Biomolecular em Rio Branco (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O governador Tião Viana e o representante da Fundação Merieux, Benoit Meribel, assinaram o Termo de Cooperação para a implantação do Laboratório de Virologia Biomolecular em Rio Branco (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O Acre viveu hoje um momento importante de sua história: o governador Tião Viana e o representante da Fundação Merieux, Benoit Meribel, assinaram o Termo de Cooperação para a implantação do Laboratório de Virologia Biomolecular em Rio Branco. O investimento será de um milhão de euros e colocará o Estado numa posição absolutamente diferenciada em relação à assistência médica, pesquisa e ensino da biologia molecular no país.

“A Fundação tem um conceito internacional de elevado valor científico e vai trazer grande contribuição à produção científica de saúde no Brasil. Isso orgulha o governo acreano e é fruto de uma parceria de anos com a Universidade Federal da Bahia”, comentou o governador Tião Viana.

“Este será um laboratório que só se encontra onde são feitos investimentos vultosos. Vão ser estudadas todas as doenças causadas por vírus, principalmente as hepatites. A Amazônia é a região em que mais hepatites virais circulam e onde mais se morre por hepatites. O Acre, Rondônia e Roraima sofrem mais com esta situação desconfortável por conta das populações isoladas”, comentou o professor doutor da Universidade Federal da Bahia, Raimundo Paraná.

O investimento será de um milhão de euros e colocará o estado numa posição absolutamente diferenciada em relação à assistência médica, pesquisa e ensino da biologia molecular no país (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O investimento será de um milhão de euros e colocará o Estado numa posição absolutamente diferenciada em relação à assistência médica, pesquisa e ensino da biologia molecular no país (Foto: Sérgio Vale/Secom)

As linhas prioritárias de pesquisa são biologia molecular em hepatites virais, sorologia para doenças endêmicas, vacinas e hepatite delta, podendo se voltar também para multirresistência bacteriana e viroses respiratórias. “O laboratório vem pra suprir essa lacuna e vai melhorar a assistência, formação de recursos humanos, formando multiplicadores de conhecimento para minimizar os problemas que o sistema de saúde tem para lidar com os pacientes destas doenças”, explicou Paraná.

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A fundação é que vai arcar com todas as despesas de infraestrutura e compra de equipamentos. O governo entra com a cessão do terreno – dentro do complexo do Hospital das Clínicas – e com recursos humanos. Até setembro deste ano será enviada uma delegação de técnicos, que, em parceria com o governo, iniciarão o projeto arquitetônico do laboratório. A sede da Fundação no Brasil será em Salvador.

Sobre a Fundação Merieux

Segundo Benoit Meribel, a fundação tem uma longa história com o Brasil, iniciada com a ajuda prestada durante o surto de meningite que atingiu o país. A Fundação Merieux, explica Meribel, é o braço filantrópico da holding Merieux, é o setor que investe em países em desenvolvimento que enfrentam sérios problemas de saúde, com a preocupação da sustentabilidade e do retorno social.

Este é um projeto complexo que visa atrair para o Brasil recursos para construção de Laboratórios em áreas carentes do SUS, não só para pesquisa, mas também para assistência e formação de recursos humanos.

Parceria com Universidade Federal da Bahia foi fundamental no processo

A vinda da fundação para o Acre é fruto de uma longa parceria da Universidade Federal da Bahia com o estado, intermediada pelo então senador Tião Viana. A primeira ideia, segundo professor doutor da universidade baiana, Raimundo Paraná, era iniciar um programa de vacinação, que foi feito em 1999.

“Depois fizemos a escola médica do Acre, um curso de mestrado com 25 profissionais, ajudamos a montar a residência médica e agora esse projeto é coroado com o laboratório que vai colocar o Acre numa posição absolutamente diferenciada em relação à assistência médica, pesquisa e ensino e biologia molecular”, disse.

O professor doutor da universidade baiana, Raimundo Paraná, fez a ponte entre o governo do Estado e a Fundação, visualizando a possibilidade de um grande investimento. A negociação foi favorável e o Acre competiu com a Ásia e África.

“Para a Universidade Federal da Bahia é uma honra poder contribuir desta forma e o papel de uma universidade pública é este, trabalhar com o ensino, a pesquisa e a extensão, proporcionando formação, assistência e conhecimento. Um dos problemas do país é a formação de recursos humanos de qualidade”, disse o professor.

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