Governo do Estado e Defesa Civil Nacional enviam ajuda para Santa Rosa e Assis Brasil

As ruas Profiro de Moura e Antônio Mendes são as mais atingidas pela cheia do Rio Iaco em Santa Rosa, que ao lado de Assis Brasil e Rio Branco, também enfrenta um momento delicado por conta da alagação. O rio se mistura com a rua invadindo os espaços que antes eram tomados por pedestres e veículos. O governador Tião Viana chegou na tarde deste sábado, 18, à cidade, acompanhado de Armin Braun, da Defesa Civil Nacional, e dos deputados petistas Geraldo Pereira (estadual) e Taumaturgo Lima (federal).

Santa Rosa também vive um momento delicado (Sérgio Vale/Secom)

Santa Rosa também vive um momento delicado (Sérgio Vale/Secom)

Em Santa Rosa pelo menos cem famílias da zona urbana tiveram suas casas alagadas e foram resgatadas pela prefeitura para casas de parentes ou abrigos públicos, além dos desabrigados que estão alojados em casas de familiares. Índios Kaxinauwá e Jaminawa também tiveram que deixar suas aldeias e foram transportados para a cidade. O prefeito do município, José Brasil, disse que nunca o município viveu uma alagação como esta. “Estamos administrando esse momento da melhor forma possível, dando assistência e apoio para as famílias que foram atingidas pelas cheias e contando com a solidariedade das pessoas”, disse.

Assis Brasil nunca viveu uma alagação como esta

“Eu moro aqui há 56 anos e nunca nada parecido com isso. O rio já encheu, já alagou, desabrigou gente, mas desse jeito, nunca. O que tá acontecendo a gente não sabe explicar, essa fúria da natureza é algo que a gente nunca imaginou”, disse o morador José Francisco, que, de bermuda e botas de borracha, ajudava os desabrigados de forma voluntária.

O governador Tião Viana e Ramim Braun, da defesa Civil Nacional, visitaram os municípios de Assis Brasil e Santa Rosa do Purus neste sábado (Sérgio Vale/Secom)

O governador Tião Viana e Ramim Braun, da defesa Civil Nacional, visitaram os municípios de Assis Brasil e Santa Rosa do Purus neste sábado (Sérgio Vale/Secom)

Assis Brasil fica na fronteira com o Peru e também com a Bolívia. Banhada pelo Rio Acre, a cidade, que já foi uma vila, nunca viveu uma cheia tão intensa ou teve tantas famílias desalojadas. A prefeitura retirou 149 famílias para abrigos ou casas de parentes, além de quem conseguiu sair por conta própria. Os mais idosos olham para o caos da cidade tomada pelas águas sem acreditar na força da alagação.

“Aqui encontrei idosos que me disseram quem em 80 anos nunca viram algo como esta alagação. É um momento delicado, onde as famílias precisam de assistência, a prefeita Eliane tem feito todo esforço para dar o melhor dentro do possível e a presidente Dilma Rousseff declarou ajuda irrestrita a tudo que precisarmos, sendo fundamental para enfrentarmos este momento. Santa Rosa também vive um momento delicado, temos famílias atingidas também em Manoel Urbano e Sena Madureira, além de Rio Branco, que pode viver a pior cheia de sua história. É hora de darmos as mãos e enfrentar este período. Eu agradeço muito a todos que estão colaborando”, disse o governador Tião Viana.

Os deputados Geraldo Pereira e Taumaturgo Lima, acompanharam o governador Tião Viana para prestar solidariedade às famílias e verificar a situação. “Viemos acompanhar este momento delicado, dizer que estamos aqui pra apoiar no que for necessário, uma cheia desta proporção não é algo comum, Assis Brasil e Santa Rosa nunca vivenciaram uma alagação como esta e temos que administrar esse fato como ele tem sido conduzido, com responsabilidade, sensibilidade e atenção”, disse o deputado federal Taumaturgo Lima.

Assis Brasil fica na fronteira com o Peru e também com a Bolívia. Banhada pelo Rio Acre, a cidade, que já foi uma vila, nunca viveu uma cheia tão intensa ou teve tantas famílias desalojadas (Sérgio Vale/Secom)

Assis Brasil fica na fronteira com o Peru e também com a Bolívia. Banhada pelo Rio Acre, a cidade, que já foi uma vila, nunca viveu uma cheia tão intensa ou teve tantas famílias desalojadas (Sérgio Vale/Secom)

Geraldo Pereira, que morou em Assis Brasil por vários anos e tem familiares na cidade, se impressionou com a situação e visitou algumas famílias para prestar apoio. “O Acre está mobilizado para ajudar os desabrigados e em todas as cidades nós vemos demonstrações de solidariedade. Isso é muito importante numa sociedade porque o governo não tem condições de agir sozinho e um pouco de atenção e dedicação ao próximo contam muito num momento de fragilidade como este”, comentou.

Presidente Dilma presta apoio irrestrito ao Acre

Uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), chegou ao Acre com trinta bombeiros e um carregamento de barracas para alojar os desabrigados. Segundo Armin Braum, da Defesa Civil Nacional, enviado para acompanhar de perto a situação em todo o estado, mais 40 bombeiros estão chegando para somar esforços, além de cestas alimentícias, medicamentos e 15 médicos da Fundação Nacional de Saúde, que serão enviados para Santa Rosa, Manoel Urbano e Sena Madureira.

“A situação é realmente delicada e a orientação da presidente Dilma é de apoiar em tudo o que for necessário para garantir um atendimento adequado às vítimas neste primeiro momento. Homens da Força Nacional já estão em Rio Branco, mais 40 bombeiros foram solicitados, as forças federais também estão prestando apoio e estamos aqui para garantir o auxilio neste momento”, comentou o doutor Braum, da Defesa Civil Nacional.

A presidente Dilma Rousseff disponibilizou R$ 1 milhão através da Secretaria Nacional de Defesa Civil para apoio às vítimas das chuvas que atingem várias cidades do Acre. Os recursos serão usados na compra de alimentos, água potável, barracas, vestuário, material de primeiros socorros e produtos de higiene e limpeza.

Iñapari vive estado de calamidade

Todas as casas do pequeno município peruano de Iñapari, fronteira com o Brasil, estão alagadas. Em algumas construções, a água chegou bem próxima ao telhado. As cerca de três mil pessoas que moram na cidade estão desabrigadas. O governador do Departamento de Madre de Dios visitou a região na tarde deste sábado. O governador Tião Viana e o representante da Defesa Civil Nacional vão enviar ajuda ao município vizinho em forma de medicamentos, água potável, que já vem sendo fornecida por Assis Brasil através do Departamento de Pavimentação e Saneamento (Depasa) e cestas básicas.

Todas as casas do pequeno município peruano de Iñapari, fronteira com o Brasil, estão alagadas (Sérgio Vale/Secom)

Todas as casas do pequeno município peruano de Iñapari, fronteira com o Brasil, estão alagadas (Sérgio Vale/Secom)

“O governo federal vai enviar auxílio por meio do governo do Acre para oferecer uma mão amiga ao país vizinho neste momento de dificuldade. A cidade levará alguns meses para se recuperar desta tragédia e estamos oferecendo ajuda naquilo que eles mais estão precisando, que é água potável, medicamentos e alimentação”, disse Braum.