Atendimento humanitário se consolida em memória ao padre Paolino Baldassari

O programa humanitário de atendimento em Saúde dá continuidade trabalho que o padre Paolino fazia na igreja de Sena Madureira (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Neste sábado, 8, quando se completa um ano da morte do padre Paolino Baldassari, um grupo de médicos, enfermeiros, estudantes e outros profissionais da área de Saúde se juntaram para promover mais um mutirão de atendimento em saúde para as população rural de Sena Madureira. A ação dá continuidade ao trabalho que o padre fazia na igreja. O governador Tião Viana participou como médico voluntário.

Padre Paolino Baldassari da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Sena Madureira, se consagrou na história religiosa do Acre como um dos líderes mais humildes e humanistas. Conhecido como o médico da floresta, durante anos dedicou-se a atender inúmeras pessoas que se enfileiravam para consultar-se com ele.

“Essa equipe dá continuidade a um dos mais belos trabalhos humanitários feitos pelo nosso santo, o Padre Paolino. Como médico também pude trazer minha contribuição nesse momento em que se completa um ano de lembrança do Padre Paolino, e o sentido desse ato é dar continuidade ao lindo trabalho que ele fazia”, disse Tião Viana.

O frei Moisés, que hoje está à frente da igreja de Nossa Senhora da Conceição, contou que a ação vem sendo desenvolvida desde junho do ano passado, e possui um valor social e religioso amplamente importante.

“O frei Paolino, além do atendimento religioso, fazia esse atendimento social todos os dias. Ele se colocava na salinha dele atendendo aos doentes. O que a gente atende nesse final de semana, ele atendia num dia”, conta o frei lembrando que Paolino não era médico, mas denominava-se um prático da medicina que aprendeu no cotidiano, por meio de livros, contatos com seringueiros, índios, e com a comunidade, diversas receitas de cura.

Tião Viana participou da ação como médico voluntário, em homenagem a um ano de lembrança do padre Paolino Baldassari (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

O nascimento do programa humanitário

Uma das coordenadoras do programa humanitário, a enfermeira Lúcia Paiva, explica que a ação nasceu quando o padre Paolino estava doente e o governador, que era um grande amigo dele, pediu que vários profissionais de unissem para dar apoio nos atendimentos enquanto ele estava internado em Rio Branco.

“Ele sempre expressava a preocupação de quem ia atender os pacientes dele quando ele partisse para o paraíso. E foi assim que nasceu essa ação. A conversa com os médicos e enfermeiros foi se expandindo e o programa humanitário foi ganhando adesão no voluntariado”, conta a enfermeira.

O programa oferece consulta, encaminhamentos, agendamentos de exames e nos casos de cirurgia, estas são encaminhadas para o mutirão. É um programa de voluntariado que envolve toda a estrutura da Saúde.

“Essa é um contribuição em reconhecimento ao que o padre fez nessa região. É uma ação pequena diante do que ele conseguiu fazer com a ajuda da comunidade. Aqui a gente atende pediatria, ginecologia, clínica e tantas outras especialidades. São feitos quase 200 atendimentos num dia”, ressalta o médico, Osvaldo Leal.

Sena Madureira: gratidão e saudade

Nunca Sena Madureira vai esquecer o que o Padre Paolino fez pela gente, e quando ele foi embora, um pedaço do nosso coração foi junto com ele”, Maria Lima (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

A servidora pública Maria Raimunda Moreira conta que chegou bem cedo para receber o atendimento que, segundo ela, faz parte de uma ação essencial para as comunidades rurais do município.

“Às vezes a gente vem da colônia e sente algumas dificuldades para procurar o atendimento médico e aqui a gente tem toda orientação e assistência. Isso é muito importante para as comunidades rurais de Sena. É um legado que o padre Paolino deixou pra gente e que não pode acabar”, afirma.

Já a dona de casa Maria Lima lembra, bastante emocionada, do trabalho que Paolino realizou em vida.

“Ele batizou meus três filhos e foram muitas às vezes em que eu estive aqui na igreja pra receber um atendimento dele. A gente se emociona muito quando lembra porque eu vivi esse trabalho. Nunca Sena Madureira vai esquecer o que o Padre Paolino fez pela gente, e quando ele foi embora, um pedaço do nosso coração foi junto com ele”, lamenta.

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