Basquete em cadeira de rodas motiva companheirismo e superação

No Brasil a modalidade é praticada desde 1958 (Foto: Marcos Vicentti)
No Brasil a modalidade é praticada desde 1958 (Foto: Marcos Vicentti)

É visível a simplicidade, o companheirismo e o esforço de cada um dos membros da Seleção Acreana de Basquete em Cadeira de Rodas. A união desses indivíduos, necessária para o sucesso de qualquer equipe esportiva, nutre nos atletas o desejo de superação dos desafios impostos pelo esporte paralímpico.

Considerada por eles “um grupo de amigos”, a seleção encontra no esporte um novo sentido para a vida e principalmente para o trabalho em equipe. O time foi formado após a aprovação de um projeto municipal de incentivo ao esporte, que possibilitou a compra das primeiras cadeiras adaptadas à realização da prática esportiva.

“Hoje já estamos em outro nível, mas o grupo começou muito timidamente. Aqui, além de um time, todos somos grandes amigos que encontraram nesse esporte um novo sentido para a vida”, avaliou o capitão da seleção, Márcio Lima.

O basquete em cadeira de rodas foi a primeira modalidade a ser praticada em jogos paraolímpicos (Foto: Marcos Vicentti)
O basquete em cadeira de rodas foi a primeira modalidade a ser praticada em jogos paraolímpicos (Foto: Marcos Vicentti)

Acumulando participações em campeonatos regionais e locais, atualmente o time formado por 11 atletas treina aos sábados na quadra do Colégio Meta, no bairro Abrahão Alab, em Rio Branco.

Surgida no final da década de 40 entre ex-soldados do exército norte-americano feridos durante a Segunda Guerra Mundial, a modalidade esportiva chegou ao Brasil pouco tempo depois. No Acre, começa a se tornar uma referência para atletas de outras modalidades adaptadas e também torcedores do segmento esportivo.

O atleta Raimundo Pereira falou sobre a experiência no basquete e como a modalidade influencia na sua rotina de cadeirante: “A minha vida mudou completamente após o acidente que tirou toda a mobilidade dos meus membros inferiores. Eu sempre fui atlético, jogador profissional de futebol de salão, mas meu sonho foi interrompido. No basquete consegui encontrar um novo caminho do esporte e principalmente reconquistar a minha autoestima”.

No Brasil a modalidade é praticada desde 1958, mas o país participou pela primeira vez de uma Paralimpíada em 1972, na cidade de Heidelberg, antiga Alemanha Ocidental. A partir daí, as participações brasileiras tornaram-se efetivas. No Parapan do Rio de Janeiro, em 2007, o país conquistou o 4º lugar no feminino e o 3º no masculino.

O basquete em cadeira de rodas foi a primeira modalidade a ser praticada em jogos paralímpicos e é uma das poucas presentes em todas as edições das Paralimpíadas.

O quadro “Nossa Aldeia” é transmitido todas as segundas-feira no jornal “Notícias da Aldeia”, às 18h, com reprise às 21h30, na TV Aldeia, canal 2 e 13 (NET).