Cidade do Povo é modelo de acessibilidade

Um dos poucos projetos habitacionais que tem 100% de acessibilidade para pessoas com deficiências tanto nas residências quanto nas áreas comuns do empreendimento. Estamos falando da Cidade do Povo, em Rio Branco.
O lugar reúne famílias que foram retiradas de áreas de risco da capital. E em cada canto do novo bairro, uma história para contar.

Enésia da Silva

_AND2139Recomeçar e reaprender. Essas são as palavras de ordem na vida de Enésia Silva, 33. A ex-moradora do bairro da Base, em Rio Branco, viu sua vida mudar, de forma repentina, após um acidente automobilístico em agosto de 2015.

Atualmente ela mora com os pais e dois filhos no empreendimento habitacional Cidade do Povo e recebe do governo no Acre, por meio da Sehab, toda a assistência necessária para sua recuperação.

Governo e comunidade

Todas as quartas-feiras, o secretário de Estado de Habitação, Jamyl Asfury, realiza atendimento no escritório da Sehab na Cidade do Povo, numa forma de proximidade entre o poder público e a comunidade. “Abrimos as portas às famílias e damos os encaminhamentos necessários, seja na área de saúde, direitos humanos e assistência social, entre outros. O que não podemos resolver de imediato, passamos para quem pode ajudar”, disse, Asfury.

A casa de Enésia, assim como todas as outras do bairro, é adequada para pessoas com deficiência, o que faz toda a diferença na vida dela. No acidente, ela fraturou o fêmur e o quadril e ficou impossibilitada de andar – a fisioterapia em domicílio é a principal aliada para um novo começo.

“Antes eu não me mexia, hoje já faço movimentos: me sento, saio da cama para a cadeira de rodas, e para tomar banho sempre tenho ajuda, mas antes eu ficava apenas na cama”, contou.

O atendimento voluntário, que começou seis meses após o acidente, é feito pela fisioterapeuta Claudia Azevedo, da Sehab. A necessidade do acompanhamento foi identificada nas visitas de rotina das assistentes sociais às famílias do empreendimento.

“Nosso objetivo é a recuperação total da Enésia. Esse atendimento traz todo um aprendizado, para que ela possa voltar a andar. Em três meses de tratamento a escala de força subiu de 2 para 5 e a amplitude de flexão de joelho passou de 30 para 60°, uma excelente evolução no quadro”, comentou a fisioterapeuta.

Ademar Maia

acessibilidade_cidade_povo_angela_peres_26_04_2015 (5)Uma cadeira de rodas para muitos é sinal de limitação. Para Ademar, essa fase já passou. Quinze anos após um acidente de trabalho que o deixou sem o movimento das duas pernas, ele é uma pessoa independente.

Mas nem sempre foi assim. Antes Ademar e a família moravam numa área alagadiça no bairro Taquari, em uma casa de um cômodo, que media 4 x 5, sem infraestrutura adequada para pessoas com deficiência.

Hoje na Cidade do Povo, ele trabalha, dirige e realiza todas as atividades domésticas praticamente sem a ajuda de ninguém. “Sou completamente feliz nesse lugar. Sou independente, graças a toda a acessibilidade que encontrei aqui”, comenta.

A rotina de Ademar é corrida. Ele pratica esporte, faz pinturas em quadros, deixa e busca a esposa no trabalho, vai ao mercado fazer as compras, entre outros.

O sorriso sincero do povo da cidade, a coragem para enfrentar desafios e superar limitações, fazem de Enésia e Ademar grande fonte de inspiração no aprimoramento de políticas públicas de habitação que visem o desenvolvimento dos moradores da Cidade do Povo.

Cidade do Povo

Segundo a Secretaria de Estado de Habitação (Sehab), 10.220 pessoas já vivem no empreendimento. O novo bairro da capital acreana conta com escolas, delegacia, postos de segurança e unidades de saúde – inclusive uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) – e diversas áreas de lazer e comerciais. Ao todo, 10.518 moradias deverão ser construídas para receber mais de 50 mil pessoas.

 

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