Conhecimento e ciência pautam gestão de Tião Viana – Artigo de Arison Jardim

[vc_row][vc_column][vc_column_text]Mesmo antes de começar a gestão, o governo de Tião Viana frente ao estado do Acre foi pautado no conhecimento, seja empírico ou acadêmico. Antes de sua posse, uma grande equipe realizou por meses diversas audiências públicas em todo o território, dados que serviram de base para os planos de governo dos dois mandatos.

Vemos aqui, políticas públicas pautadas em uma visão de futuro para a população, com geração de empregos, geração de renda, além de melhorias na saúde, segurança e educação. Nesta linha de trabalho, temos as formações acadêmicas para os profissionais e servidores do Estado, como uma ferramenta para a evolução do governo.

Há dois anos, o entusiasmo de três professores fez surgir o Projeto Acre, uma parceria do governo do Estado com a Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), em São Paulo, com participação da Universidade Federal do Acre. Os professores Tião Viana, Luiz Carlos de Abreu da FMABC e Pascoal Muniz, então diretor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Acre (Fapac), lançaram o projeto que levaria 40 servidores acreanos para a formação acadêmica de mestrado e doutorado.

Passada as batalhas, que só os mestrandos e doutorandos podem dimensionar, no último mês de março de 2018 foi o início das defesas das dissertações. Durante a última semana, entre os dias 19 e 23, os alunos chegaram à etapa final de uma jornada e início de outra.

Entre uma defesa e outra, alguns sentimentos foram aflorando naquele ambiente acadêmico, formal e com regras a seguir. Um era poder ver um chefe do poder executivo discutir, enquanto professor doutor e membro da banca, sobre alguns dos principais problemas enfrentados para quem administra a saúde pública. Outro, era perceber em cada um dos alunos a alegria, felicidade e tensão pelos desafios ali terminados e dos outros que começavam logo em seguida.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]

Depoimentos:

[aspas fala=”Graças a esse convênio do governo do Estado com o Faculdade de Medicina do ABC, estamos aqui para enfrentar mais um desafio. Com isso, várias pessoas estão conseguindo realizar um sonho, um objetivo tão buscado, que é a formação acadêmica. Eu acredito, piamente, que a partir de agora, o governo do Estado do Acre vai poder nos utilizar para implantação de várias políticas públicas em prol da saúde da população” autor=”Maura Regina Ribeiro” imagem=”http://www.agencia.ac.gov.br/wp-content/uploads/2018/04/maura_regina-300×300.jpeg”]
[aspas fala=”Eu gostaria, nesta tarde aqui em São Paulo, agradecer ao governo do Acre pela oportunidade de defender uma dissertação de mestrado. Na defesa, tivemos discussões das quais surgiram várias idéias que podemos acrescentar para o governo do Acre” autor=”Josiane Tonussi” imagem=”http://www.agencia.ac.gov.br/wp-content/uploads/2018/04/Josiane-300×300.jpeg”]
[aspas fala=”Esse convênio vem a contribuir muito com todos os pilares da formação científica do Acre. Aqui nós temos os mais variados profissionais do estado do Acre trabalhando na pós graduação, o que vai fazer que aumente mais ainda o potencial científico do estado” autor=”Mauro Ribeiro” imagem=”http://www.agencia.ac.gov.br/wp-content/uploads/2018/04/mauro-300×300.jpeg”]
[aspas fala=”Conseguir o título de mestre é o começo da retribuição ao que o governo do Acre investe em seus servidores, oferecer uma graduação stricto sensu para que profissionais pudessem evoluir na sua função de saúde. Assim, se pode retribuir para a sociedade. Eu acredito que a Universidade Federal do Acre, no Campus Floresta em Cruzeiro do Sul, possa ter em breve o curso de medicina também, nós capacitados temos o dever de ir lá contribuir” autor=”Júlio Eduardo” imagem=”http://www.agencia.ac.gov.br/wp-content/uploads/2018/04/julio_eduardo-300×300.jpg”]
[aspas fala=”Nós, da dermatologia, temos uma satisfação imensa de ter um governo tão sensível a essa causa. O Acre ganha muito com a iniciativa do governador Tião Viana a esse projeto, teremos futuramente 40 pesquisadores fazendo estudos no estado e contribuindo, cada um em sua área, para melhorar cada vez mais os indicadores de saúde. Esse é o presente que podemos dar em troca desse reconhecimento e oportunidade que estamos tendo, muito obrigada” autor=”Franciely Gomes” imagem=”http://www.agencia.ac.gov.br/wp-content/uploads/2018/04/Franciely-300×300.jpg”]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]O professor Luiz Carlos, durante uma das bancas de defesa, pontuou que poucos são os governadores brasileiros que têm uma carreira acadêmica, como Tião Viana. Em uma pesquisa rápida pela biografia dos governadores de todo o país, poucos possuem a graduação, menos ainda o mestrado e até onde pode-se apurar, só Tião Viana possui o doutorado.

“Seu legado, professor [Tião Viana], foi deixar esse princípio da educação pautado no pensamento científico. O povo do Acre hoje deve se felicitar por ter governantes e estudantes como vocês. Esse é um dos trabalhos mais belos que fizemos ao longo desses 50 anos na Faculdade de Medicina do ABC”, afirmou Abreu.

Esse envolvimento também é mencionado pelos alunos. Naildo Cardoso, líder do grupo de acreanos em São Paulo, falou sobre sua experiência e sobre a participação do governador debatendo na banca. “É magnífico estar aqui, trocando essa experiência com os colegas que fizeram a defesa na presença do professor Tião Viana, como membro da banca. É magnífico saber que o Acre, nos próximos três anos, ganhará cerca de 100 doutores para modificar a ciência na Amazônia Ocidental. Para nós é um abraço muito apertado ao nosso governador, por nos possibilitar essa formação acadêmica e devolver isso para a sociedade em nosso estado”, declarou.

O outro sentimento que permeou toda a semana foi o de agradecimento e superação. “Graças a esse convênio do governo do Estado com o Faculdade de Medicina do ABC, estamos aqui para enfrentar mais um desafio”, declarou Maura Regina. “Eu acredito, que a partir de agora, o governo do Estado do Acre vai poder nos utilizar para implantação de várias políticas públicas em prol da saúde da população”, completou Maura, mostrando que ao final deste processo, estará pronta para servir com mais conhecimento.

Essa iniciativa do governador Tião Viana, de buscar a qualificação para os servidores, principalmente na área da saúde, se torna ainda mais importante dentro do cenário nacional deste setor. O Acre é um dos únicos estados em que a população depende 95% de serviços oferecidos pela saúde pública, enquanto em uma tendência global, o poder público tem feito uma redução das suas atividades econômicas e sociais diretas.

Em questão de investimento, o governo investe cerca de 900 milhões de reais na rede pública estadual de saúde. O que se torna um desafio para a gestão, pois conforme dita a Constituição Federal, os gastos com a saúde pública devem ser de 12% da Receita Corrente Bruta do Estado, porém, o governo aplica acima do que determina a legislação, com média de 15,8%.

Os depoimentos dos servidores e estudantes que estão participando desta iniciativa demonstram o compromisso do governo com a busca contínua pela melhoria. O futuro do estado passa pelo conhecimento e compromisso de quem está hoje gerindo o Acre.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row el_class=”yellow lighten-3″ css=”.vc_custom_1523047557510{padding-top: 50px !important;padding-bottom: 50px !important;}”][vc_column width=”1/4″][/vc_column][vc_column width=”1/2″][vc_column_text el_class=”center-align”]

Confira também o resumo das dissertações apresentadas:

[mostrarmodal titulo=”Veja aqui as Dissertações” texto=”

José Gondim

INTRODUÇÃO: A judicialização da saúde no Brasil é um problema de dimensões federativas e seus desfechos trazem consequências à sistemática da Política Pública de Saúde e na maioria das vezes não atende adequadamente as necessidades em saúde do usuário. OBJETIVO: Analisar os desfechos da judicialização da saúde na Amazônia Ocidental, Acre, Brasil. MÉTODO: Pesquisa documental com dados secundários do sistema de automação judicial do Tribunal de Justiça do Estado do Acre, no período de 2010 a 2016. RESULTADOS: a totalidade das demandas foi judicializada por meio de Mandado de Segurança (MS) e 94,44% dos pleitos foram concedidos já em sede de liminar e, posteriormente, confirmadas no mérito. A metade das violações argumentadas em juízo consistiu em divergências entre prescrições médicas e Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do Sistema Único de Saúde (SUS), seguidos de não fornecimento de medicamentos por falta de estoque (33,33%) e 16,67% foram pleitos de Tratamento Fora de Domicílio (TFD). Homens e mulheres demandaram igualmente, destacando que dentre estes impetrantes 15,79% são incapazes. Por fim, 26,47% (n=9) não tiveram impugnações dos demandados, demonstrando ausencia de litigiosidade. CONCLUSÃO: Os desfechos da judicialização da saúde no Estado do Acre são legais e constitucionais e resultam da ausência de um diálogo institucional que racionalize as relações entre cidadão, Poder Judiciário, Poder Executivo, Ministério Público e Defensoria Pública na execução da Política Pública de Saúde e garantem a saúde aos pobres e necessitados.

Tamires Luca

Introdução: A anemia é um indicador de má qualidade de saúde e nutrição, representando um agravo à saúde materna e neonatal. Objetivo: Analisar fatores sociodemográficos e clínicos associados à prevalência de anemia e deficiência de ferro em parturientes primigestas. Método: Estudo transversal, analítico realizado em maternidade da Regional do Juruá, Amazônia Ocidental Brasileira em julho de 2014 à dezembro de 2015. Entrevistou-se por amostra de conveniência, 461 parturientes primigestas, a partir de ficha de coleta de dados sociodemográficos, clínicos e obstétricos, hábitos pessoais e condição nutricional e consulta a carteira gestacional. Mensurou-se anemia e depleção férrica por coleta de sangue periférico com aferição de hemoglobina, hematócrito, ferritina sérica e índice de saturação de transferrina. Os dados foram analisados pelo pacote estatístico Epi, info 7.2.1.1. sendo aplicado estatística descritiva e testes de χ2 e exato de fisher. Resultados: Registrou-se anemia em 28,2%, e depleção férrica em 60,52%. As anêmicas caracterizam-se por adolescentes, não brancas, com companheiro estável, mais de oito anos de estudo, sem ocupação remunerada, início do pré-natal tardio com número apropriado de consultas, fizeram uso de sais de ferro e apresentavam estado nutricional adequado. Conclusão: A prevalência de anemia foi de 28,2%. A deficiência de ferro foi identificada em 60,52% (abaixo de 30mg/dL), sendo que as parturientes são mulheres adolescentes e adultas jovens, economicamente vulneráveis e com deficiência de ferro.

Beatriz Castro

Introdução: O acesso ao diagnóstico e ao tratamento de câncer de mama no Brasil é marcado pelas imensas desigualdades de oferta de assistência especializada, o que leva aos pacientes a se deslocarem para serem atendidos fora do local de residência. Objetivo: Avaliar a variação entre 2004 e 2014 da distribuição dos fluxos entre local de residência e atendimento, e da distância média percorrida para tratamento do câncer de mama nas regiões administrativas e unidades federativas do Brasil. Método: Dados secundários foram extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio do Sistema de Informações Hospitalares do SUS nos anos de 2004 e 2014. Foram coletados dados das Autorizações de Internações Hospitalares e os mapas foram criados pelo software TabWin 3.6. Análise descritiva foi realizada no Stata® (StataCorp,LC) 11.0. Resultados: No fluxo total observa-se que houve uma diminuição dos encaminhamentos entre 2004 e 2014 na maioria das regiões. Em 2004 a principal direção do fluxo (dominante) foi para as regiões Centro-Oeste e Sudeste. Por outro lado, em 2014 a intensidade destas admissões foi centralizada para a região Sudeste. Em relação à Distância Média Percorrida (DMP), as regiões norte, nordeste e Centro-Oeste apresentaram os maiores valores de deslocamento. Das 27 unidades federativas, 17 apresentaram aumento da Distância Média Percorrida ao longo desses 10 anos. Conclusão: Apesar da melhora na internação dos residentes (fluxo local), na maioria das regiões e unidades federativas, os pacientes ainda percorrem grandes distâncias quando precisam fazer tratamento fora do domicílio.

Maura Regina Ribeiro

Introdução: A água é indispensável à vida e é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um direito humano. O consumo de água fora dos padrões de potabilidade são fatores de risco/morbidade na população de adoecimento por patologias de veiculação hídrica. À luz destas implicações, a falta de saneamento básico ou a ineficiência desses serviços, acrescido da poluição ambiental (água, ar e solo), contribui fortemente para a precariedade da saúde pública de uma localidade. Objetivo: Avaliar a eficiência do tratamento buscando associações significativas no desfecho, após intervenção, através da análise da água de 20 escolas públicas localizadas na zona rural do município de Rio Branco-AC. Método: Foi realizado um delineamento experimental com intervenção ambiental para tratamento da água para consumo humano, através da instalação de um clorador simplificado. Foram coletadas amostras de água, antes e após-intervenção, para análise dos parâmetros organoléptico (Turbidez) e microbiológico (Coliformes totais e Escherichia coli), sendo que para o primeiro, adotou-se o método Nefelométrico, e para o segundo, o método do Substrato Cromogênico/Enzimático, ambos, recomendados pela Standard Methods for Examination of Water and Wasterwater (SMEWW). As análises foram realizadas no Laboratório Central de Análises (Lacen) da Secretaria Estadual de Saúde (SESACRE). Também foram realizadas atividades de sensibilização, capacitação, entrega de Kit’s (mochilas, garrafas squeezer e material informativo), insumos para tratamento da água (Hipoclorito de cálcio a 65%) e para o monitoramento do cloro residual livre (colorímetro portátil e reagentes).

Para análise estatística foi utilizado o teste de Fisher para dados de contagem no ambiente de programação R v.3.2.2. Duas variáveis qualitativas nominais foram associadas, sendo a Potabilidade da água (Satisfatório e Insatisfatório) e o Status da intervenção (antes e após-intervenção), correspondente ao intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Resultados: Anteriormente a esta intervenção, foram encontradas 20% (N=4) de amostras fora dos padrões de potabilidade para Turbidez, 100% (N=20) para Coliformes totais e 70% (N=14) para Escherichia coli. A Turbidez não apresentou diferença significativa no status “após-intervenção” (p=0,071). No entanto, resultados muito significativos foram encontrados para Coliformes totais 75% (N=15) e Escherichia coli 100% (N=20), ambos, com (p=<0,001). Conclusão: Inferimos que as ações realizadas nesta intervenção melhorou a qualidade da água, uma vez que os resultados de amostras de Coliformes totais e Escherichia coli foram muito significativos (p=<0,01), revertendo, com isso, o quadro de vulnerabilidade de saúde devido a água imprópria fornecida a comunidade escolar antes desta intervenção. As ações de educação em saúde ambiental.

Meyrecler

A malária persiste como um dos grandes problemas de saúde pública do mundo. No Brasil os casos de malária concentram-se principalmente na Região Amazônica. O estudo teve como objetivo descrever o paradoxo da correlação entre o atual padrão de eliminação da malária e a redução das florestas amazônicas no Brasil. A investigação começou com a exploração das taxas mensais de incidência de óbitos 1979-2013 e hospitalizações de 1998-2013 atribuíveis à malária por estados brasileiros. Embora tenha sido observado um declínio acentuado da carga de malária (ou seja, mortes e hospitalizações), os estados da Amazônia Ocidental, Acre e Rondônia, mostraram focos endêmicos estabilizados. Assim, investigamos por meio de séries temporais os índices mensais de parasitas de 2009-2015 para cada município nos estados do Acre e Rondônia. Observamos que os municípios de Rondônia vêm diminuindo o índice mensal de parasitas, enquanto no estado do Acre vem ocorrendo uma transmissão estacionária da malária. Em seguida, selecionamos o município mais endêmico do Acre (Cruzeiro do Sul) para modelar as variações mensais do coeficiente dos casos de malária 2009-2015 em função de quatro conjuntos de variáveis explicativas: 1) Clima, 2) Paisagem, 3) Socioeconômico e 4) Programa de Controle da Malária. Após a aplicação de modelos de regressão dinâmica, os parâmetros climáticos e paisagísticos tiveram contribuições importantes: a precipitação foi fortemente correlacionada com o aumento da malária, enquanto o desmatamento foi correlacionado com o declínio da malária. Ambos os resultados podem ser esperados porque representam parâmetros importantes (água e floresta) associados à disponibilidade de hábitat para os mosquitos principalmente o Anopheles darlingi. Para validar esse resultado, estimamos o desmatamento no mesmo período para os municípios de Acre e Rondônia com maior incidência de malária. Descobrimos que os municípios do Acre preservaram sua cobertura vegetal, enquanto os municípios de Rondônia aceleraram a perda da cobertura florestal. O estado do Acre tem uma política de preservação da floresta como uma assinatura digital. No entanto, o estado de Rondônia tem utilizado o desmatamento florestal e a pecuária extensiva como meta de desenvolvimento econômico para ocupar terras. Esse resultado indica caminhos na agenda de eliminação da malária e pode definir o rumo das florestas amazônicas. Todavia, como essas florestas são importantes para a sobrevivência humana, diante desse cenário, investir em políticas públicas eficientes de controle a malária por meio da melhoria da dimensão socioeconômica, seria essencial.

Joseane Tonussi

Introdução: A doença de chagas, principalmente endêmica no Brasil e em países tropicais, possui duas formas clínicas, sendo a aguda e crônica. Desta maneira, tenta-se evitar o agravamento para o caso crônico, tendo em vista as inúmeras consequências que este pode gerar. Porém, ainda se enfrentam barreiras frente ao modo de transmissão, principalmente por via oral, esta, que passou a principal forma de transmissão no país. Objetivo: Analisar a manifestação aguda de doenças de Chagas por via oral em adolescente na região do Juruá, Amazônia Ocidental. Método: Trata-se de um relato de caso realizado na cidade de Cruzeiro do Sul, Acre Brasil, com uma participante adolescente que apresentava quadro sugestivo de Doença de Chagas Aguda, com histórico de microepidemia familiar e ocorrência de óbito na família devido os mesmos sintomas. Para construção dos dados, foram utilizados prontuários da paciente, interrogatório clínico, exame físico, laboratorial, exames de imagem evolutivos antes e após o tratamento específico e convencional da insuficiência cardíaca (ICC) na dose plena preconizada. Relato do caso: Paciente admitida na emergência do Hospital Regional do Juruá, em 26 de fevereiro de 2016, em estado grave. A mãe relata síndrome febril, tonteiras, fraqueza, adinamia, e vômitos com 1 mês de evolução. Quadro clínico semelhante havia ocorrido anteriormente com o irmão de 17 anos (que trabalhava diretamente com colheita de açaí), cunhada de 18 anos e irmã, sendo que os dois primeiros evoluíram para óbito, antes de ter o diagnóstico estabelecido. Foram realizados exames de laboratório e de imagem antes e após o tratamento medicamentoso com benzonidazol a fim de identificar as alterações cardíacas associadas. Conclusão: A paciente apresentou melhora clínica acentuada em relação aos aspectos cardiológicos após o uso de benzonidazol (15mg/kg), o que não havia ocorrido previamente com o tratamento convencional da ICC a dose plena, desta forma, o diagnóstico precoce e o tratamento específico para o Trypanosoma cruzi é essencial para a evolução favorável.

Franciely Gonçalves

Introdução: o tratamento para hanseníase com MDT foi implantado no Brasil na década de 1990, resultou em um importante impacto na redução da doença em todo o país. Entretanto, não impediu o surgimento da recidiva. Objetivo: analisar a relação entre esquema terapêutico, baciloscopia e intervalo da recidiva de hanseníase, para compreender os mecanismos subjacentes da recidiva no local de estudo. Método: trata-se de um estudo retrospectivo de coorte, que envolveu 203 casos de recidivas diagnosticados no Estado do Acre no período de 2001 a 2014, o esquema terapêutico foi a variável de exposição. Resultados: a maioria dos pacientes eram do sexo masculino (67,49%), com média de idade de 40 anos, apresentaram até três recidivas, com um intervalo de tempo médio de seis a doze anos. A insuficiência terapêutica se fez presente em 41,7%. A novidade do estudo refere-se aos casos (43.1%) de adoeceram após 10 anos de alta por cura, que correspondem a probabilidade de reinfecção. Não obstante 6,7% relaciona-se a possibilidade de resistência medicamentosa, principalmente os casos que recidivaram mais de uma vez e a suscetibilidade do hospedeiro (8,5%), sobretudo os casos que apresentaram mais de uma recidiva e com baciloscopia positiva.

Conclusão: análise descritiva dos casos de recidiva, considerando os critérios, clínicos e temporal, possibilitou a elaboração de um modelo conceitual para nortear a suspeição e identificação dos fatores de recidiva no local de estudo. Entretanto, faz se necessário outros estudos, que envolvam testes laboratoriais que permitam além de identificar os casos de resistência, diferenciar recidiva de reinfecção.

Júlio Eduardo

Introdução: Esforços educacionais realizados por profissionais de saúde e voltados para adolescentes e seus pais auxiliam na tomada de decisão sobre vacinação para o Papilomavírus Humano (HPV), beneficiando o processo de implantação e cobertura vacinal no território. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar o conhecimento e aceitabilidade dos profissionais de saúde na Amazônia Ocidental sobre a vacina para Papilomavírus Humano (HPV).

Método: Estudo analítico transversal realizado no Sistema Assistencial à Saúde da Mulher e da Criança, no Acre entre janeiro e março/2017. Participaram do estudo profissionais de saúde que atuam na saúde do adolescente e mulher a partir de amostra de conveniência por meio de aplicação de instrumento de coleta contendo 31 questões sobre HPV, suas repercussões clínicas e vacina para o HPV. O escore geral médio de acerto dos médicos foi de 85,4% (dp=5,4) e dos outros profissionais de saúde de 80% (dp=17,6), não havendo diferença entre os profissionais, sendo considerado bom nível de conhecimento e aceitabilidade 80% de acerto.

Resultados: Foram entrevistados 196 profissionais da saúde divididos em dois grupos, sendo 39,8% (n=76) médicos e 61,2% (n=120) não médicos. Na população geral, demonstrou-se 98% (IC95% 94,5; 99,3) de conhecimento sobre o HPV. Houve lacuna de conhecimento sobre o esquema vacinal com 61,2% (IC95% 54,0; 68,0) de acertos e sobre a relação entre tabagismo e risco de câncer do colo do útero com 71,9% (IC95% 65,0; 78,0) de acertos. Não foram identificadas barreiras à vacinação, onde 95,4% (IC 95% 91,2; 97,7) referem que a vacina não estimula o início precoce da vida sexual. Nas questões: “pacientes que vivem com HIV podem tomar a vacina?” e “pacientes gestantes podem tomar a vacina?”, evidenciaram-se lacunas de conhecimento com 48,5% (IC95% 41,3; 55,7) e 39,8% (IC95% 33,0; 47,0) de acertos, respectivamente. O conhecimento sobre o HPV e sobre a vacina contra o HPV entre médicos e outros profissionais da saúde não foi diferente, sem significância estatística quando ajustada por sexo, união estável, idade e renda (β: -4,2 %; variando de -13,7 para 5,3%); p=0,10).

Conclusão: A aceitabilidade e o conhecimento sobre o HPV e sua vacina foram adequados entre profissionais de saúde com lacunas de conhecimentos específicos em relação ao esquema vacinal, uso em indivíduos que vivem com HIV e de cofatores não virais (tabagismo) relacionados à etiologia do câncer do colo uterino.

Glauco Martins

A cultura de segurança do paciente é fator contribuinte para a manutenção do bem-estar do usuário no sistema de saúde, pois por meio dela obtém-se uma sistematização organizada e de qualidade do cuidado ao paciente, prevenindo possíveis intercorrências que possam trazer danos. A presente dissertação tem como objetivo analisar a Cultura de Segurança do Paciente (CSP) na perspectiva dos profissionais de saúde no Hospital de Referência do Alto Rio Juruá, na Amazônia Ocidental Brasileira. Foi realizado um estudo, transversal, descritivo desenvolvido em um hospital público de médio porte em um município da Amazônia Ocidental. O questionário Hospital Survey on Patient Safety Culture,da Agency for Healthcare Research and Quality foi aplicado em 280 profissionais, no período dezembro de 2016 a fevereiro de 2017. Foi realizada a análise descritiva dos dados e a consistência interna do instrumento. Os resultados apontam as melhores avaliações nas dimensões de Trabalho em equipe nos âmbitos das unidades (60%) e Aprendizado organizacional (60%). Os aspectos com os piores resultados foram as dimensões de Respostas não punitivas aos erros (18%) e Frequência de eventos relatados (32%). A análise de confiabilidade interna (Alpha de Cronbach) das dimensões variou entre 0,35 a 0,90. Conclui-se que a resposta não punitiva ao erro foi de 18% de taxa de respostas positivas, evidenciando a possível manutenção da cultura do medo entre os profissionais de saúde pesquisados, que está relacionada a baixa taxa de resposta positivas de 32% na frequência de eventos relatados.
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