BR-364 completa cinco anos de tráfego aberto

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Nesse período, a luta para que a palavra fosse honrada tem sido grande. Em 2013, último ano em que a rodovia ficou sob a responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (Deracre), Viana vistoriou as obras, pelo menos 100 vezes, percorrendo a BR-364 de Rio Branco a Cruzeiro do Sul e vice-versa.

No ano passado, quando o Acre sofreu os efeitos do mais rigoroso inverno amazônico da sua história recente,  o governador conseguiu junto à então presidenta Dilma Rousseff R$ 78 milhões para a recuperação emergencial dos trechos mais críticos da rodovia.

Em maio deste ano,  Tião garantiu junto ao governo federal a liberação de mais R$ 230 milhões, pela União, por meio do Programa de Contratação, Restauração e Manutenção por Resultados (Crema), do Dnit. A licitação dos seis lotes já foi iniciada pelo órgão e se encontra na fase de recursos entre as concorrentes.

Tanto esforço tem amparo na busca pelo direito de todo o cidadão acreano ir e vir dentro do seu próprio estado. Existia uma época em que a falta de trafegabilidade impedia a conexão entre Juruá, Alto e Baixo Acre.

A pavimentação de um sonho

Há alguns anos, a BR-317 liga a capital acreana à cidade de Assis Brasil e aos países vizinhos Peru e Bolívia, e desde 2011, o estado está finalmente integrado: a BR-364 totalmente aberta, de inverno a verão, entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul.

Para essa nova realidade acreana, um trabalho intenso foi realizado desde os anos 2000, pelo Deracre, com a supervisão constante do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit).

A visão política de Tião Viana e dos governos dos presidentes Lula e Dilma Rousseff, tornaram possível a integração do Acre pela BR-364 e que fosse anunciado no dia 28 de outubro de 2011 que a rodovia nunca mais fecharia durante o inverno amazônico.

No passado, na década de 1960, as dificuldades eram tantas que os bueiros eram feitos de paxiúba (tipo de árvore) amarradas com palha de envira. Por quase 40 anos, a integração que a rodovia traria para o Acre era apenas um sonho para todos. O primeiro governador do Acre a decidir pavimentar a BR-364 foi Orleir Cameli, responsável pela execução do trecho entre Rio Branco e Sena Madureira.

Todos os fatores conspiraram para dificultar a construção: baixa oferta de materiais na região que a estrada cruza, ausência de brita e asfalto – que precisaram ser trazidos de Manaus. O aço veio do Rio Grande do Sul, e o seixo, da cidade de Letícia, na fronteira colombiana com o Amazonas.

Não bastasse tudo isso, a obra precisou vencer outro desafio gigante: o solo de tabatinga, muito barrento e pegajoso, característico da região. Foram movimentados 36 milhões de metros cúbicos de terra.

Hoje, a rodovia, administrada pelo Dnit, já conta com pavimento revitalizado e com a aplicação de pedra-rachão, garantindo durabilidade para a obra. A utilização de pedra só foi possível depois de a rodovia estar completa, pois garantiu uma logística viável para o projeto.

O próximo passo é a revitalização completa da estrada entre Sena Madureira e o Rio Liberdade, em Cruzeiro do Sul. Para isso, o Dnit já está com o projeto concluído e aprovado, inclusive com audiências públicas realizadas.

Histórias de quem viu o futuro chegar

Uma parte do Acre, que vivia isolada, pode ver o desenvolvimento chegar (Foto: Sérgio Vale/Secom)
Uma parte do Acre, que vivia isolada, pode ver o desenvolvimento chegar (Foto: Sérgio Vale/Secom)

A grande jornada das obras da BR-364, entre dois extremos do estado, trouxe à tona várias histórias de superação e que mostram a identidade acreana de persistência e luta.

Desde os seringueiros ao longo do caminho que passaram a trabalhar na impossível missão de abrir uma estrada no meio da floresta, nas décadas de 1960 e 1970, até a atualidade, em que novas tecnologias estão sendo analisadas para criar uma rodovia viável para as condições da região.

O grande ponto dessa história, em 2011, foi dado, com o último passo para que a estrada não fosse mais fechada no período de chuvas, que perdura seis meses do ano e deixava isoladas as cidades de Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá, Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves.

“Era difícil! Açúcar não tinha, era na garapinha de cana. Este meu filho [aponta para o garoto] aqui nunca comeu um mingau, nunca! Era só aquele angu mesmo, de água. Muitas vezes até caldo insosso eu fazia pra eles comerem”, conta Severina Maria da Conceição, moradora do Complexo de Florestas do Rio Gregório, em Tarauacá, na margem da BR-364.

Essa história mudou com a trafegabilidade constante durante todo o ano. As cidades estão experimentando um avanço negado por quase um século.

Tarauacá, outra cidade ao longo da BR-364, também colhe avanços promovidos pela abertura da rodovia. Parte da produção de banana do município está sendo vendida em Rio Branco, indo até para outros estados.

“Agora, com a estrada, melhorou muito, foi um sonho realizado. Hoje temos asfalto e luz, com o programa Luz Para Todos [do governo federal], e pela BR mando minha banana para Tarauacá, Rio Branco, Porto Velho [Rondônia] e até Manaus [Amazonas]. O tanto que eu produzir vou vendendo”, afirma o agricultor e empresário Sebastião de Freitas.

BR-364 concretiza o sonho da integração do Acre

Há seis invernos amazônicos, a BR-364 não é fechada, como era comum antes de 2011 (Foto: Arison Jardim/Secom)
Há seis invernos amazônicos, a BR-364 não é fechada, como era comum antes de 2011 (Foto: Arison Jardim/Secom)

Há cinco anos, o Acre vive uma nova realidade entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul. O Juruá, região que por mais de cem anos viveu isolada por via terrestre, ganhou perspectivas econômicas e sociais: a dependência de mercado das balsas que carregavam produtos chegou ao fim, e até mesmo a viagem para outras cidades pode ser feita de ônibus, a um custo muito mais acessível para diversas famílias.

O roteiro dessa obra de grande magnitude, com uma logística e organização de desafio quase do tamanho da Amazônia, começou a ser alinhavado no início da gestão do grupo político Frente Popular, no governo estadual de Jorge Viana, a partir de 1999. Seguiu em plena execução nos governos de Binho Marques e Tião Viana, e está totalmente aberta de 2011 até os dias de hoje, pela primeira vez em sua história.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]