Prevenção

Educação consolida programas de combate à violência e ao uso de drogas na escola

Jovens Parlamentares do ensino médio em programação na Aleac (Foto: Arquivo/SEE)

O cenário atual da educação acreana sustenta uma diversidade de projetos que buscam promover a cultura de paz dentro e fora do ambiente escolar. Os 22 municípios já estão engajados na maioria dos programas realizados em parceria com a gestão de cada instituição de ensino e demais órgãos públicos, como as secretarias de Segurança Pública e de Saúde.

A complexidade para falar sobre o uso de drogas e a incidência da violência, doméstica ou não, com crianças e adolescentes foi superada com a implantação de um modelo de política de prevenção fomentada pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação e Esporte (SEE). A propagação desse trabalho resultou numa caminhada que reuniu aproximadamente 60 mil pessoas em todo o Acre, na última semana, no encerramento da 6ª Semana Estadual Sobre Drogas.

O enfrentamento da dependência química entre os jovens estudantes já está inserido nas políticas públicas do Programa Primeira Infância (PIA) – de 0 a 6 anos de idade, lançado em 2016, executado nas escolas públicas do estado. “Dessa forma, a criança cresce sendo estimulada a desenvolver habilidades emocionais que certamente vão ajudá-la a se tornar um adolescente e um adulto mais centrado. Tudo para que em determinados momento da vida ela não busque a solução de problemas nas drogas ou na violência”, afirma a chefe da Divisão de Políticas para a Primeira Infância, Susie Lamas.

Alunos do ensino integral de escola pública do Acre (Foto: Arquivo/See)

A ideia, segundo o secretário de educação Marco Brandão, é formar crianças e adolescentes emocionalmente mais saudáveis e fortalecidos através da educação. “São políticas de compensação em que trabalhamos de maneira intersetorial, focando nas regiões mais afetadas pela circulação das drogas. É um auxílio na base de formação desses alunos, dialogando também com as famílias, aproximando a comunidade das atividades das escolas”, garante.

O confronto com a vida adulta ou a busca pela aceitação em determinados grupos pode ser preponderante ao jovem que inicia o uso de drogas e álcool precocemente, de acordo com a coordenadora do Programa de Mãos Dadas com a Escola, “a busca da identidade, a auto-afirmação e problemas familiares fazem com que o adolescente ignore os malefícios da droga. Fugir de uma realidade de estrutura familiar defasada também é recorrente nos casos que passamos a acompanhar”, comenta Vera Lúcia Pires.

Caminhada Pela Paz que reuniu mais de 15 mil pessoas na Capital (Foto: Eduardo Gomes)

Incentivo ao protagonismo juvenil

O tratamento dado pela educação aos projetos que impulsionam o protagonismo jovem na escola tem aumentado o número de estudantes interessados em participar das atividades a cada ano. Em 2018, quase mil alunos se inscreveram no Festival Estudantil da Canção (FEC).  O Festival de Coral Estudantil, uma parceria com a Polícia Militar do Acre, inscreveu mais de 500, o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) já formou mais de 155 mil crianças no Acre, conscientizando sobre os danos do vício.  O Policiamento Escolar já atendeu 75 escolas com palestras aos alunos e comunidade em geral.

A Caminhada Pela Paz já reuniu mais de 160 mil participantes em quatro anos – 2016 a 2018. O programa Jovem aprendiz no trânsito, em parceria com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), atendeu 600 participantes desde 2014. Programas quem incentivam a participação do jovem na política, como Jovem Parlamentar, Jovem Senador, Parlamento Jovem Brasileiro, possuem mais de 500 participantes em apenas dois anos, de 2017 a 2018.

Ex-aluna da rede pública do Acre em discurso na Aleac (Foto: Arquivo/SEE)

Todas as escolas são atendidas no eixo da cultura, focando nos festivais, com atividades que direcionam o aluno a se esquivar da violência e do uso de entorpecentes, envolvendo crianças da periferia com a música, com o esporte, com a política e a comunidade, favorecendo seu crescimento educacional.

“As crianças levam para casa tudo que aprendem nesses programas. Podemos dizer que todas são preparadas para dizer não as drogas. O governo tem investido um recurso financeiro alto para a continuação de projetos como o Proerd, que produziu cerca de 40 mil apostilas somente em 2018. Desenvolvemos projetos junto à segurança do estado que envolvem as no cotidiano da polícia, por exemplo, fazendo com que elas busquem a cidadania, aprendendo que a escola sim é uma liderança em suas vidas”, destaca Vera Pires.

Participantes do Festival Estudantil da Canção durante premiação em 2017 (Foto: Arquivo/SEE)

Novos projetos

O governador do Acre, Tião Viana, assinou decreto de implantação do Observatório de Segurança Escolar, em dezembro de 2017, a fim de solucionar problemáticas que envolvam o uso de entorpecentes e incidência de violência no ambiente de ensino. Segundo Lamas, “o observatório é constituído por várias instituições do fluxo de segurança e saúde, e pretende resolver alguns problemas que possam ocorrer nas escolas, capacitando as equipes gestoras das instituições de ensino a resolver situações de violência, sabendo lidar com problemas que possam prejudicar o bom andamento do processo de ensino”.

Alunos do Proerd em programação na Câmara Municipal de Rio Branco (Foto: Arquivo/SEE)

Nesta 6ª edição da Semana Estadual Sobre Drogas, coordenada pelo governo como forma de prevenção ao uso de substâncias psicoativas, o Acre avançou ainda mais na educação, conforme a chefe da Divisão de Políticas para a Primeira Infância, com o fórum permanente com programação voltada ao diálogo que coíbe o uso de drogas na escola e universidades.

“Estabelecemos uma parceria contínua com a Universidade Federal do Acre, na construção de um fórum para discutir, mensalmente, a prevenção das drogas. Fruto do nosso trabalho na Semana Estadual Sobre Drogas, onde conseguimos esse decreto que faz com que mais de cinco instituições debatam a temática dentro e fora da universidade, com atividades e rodas de conversa nas escolas, no Instituto Socioeducativo do Acre”, observa.