Educação e Bombeiros atuam para conscientizar comunidades sobre queimadas

Gestores de ensino da SEE observam situação do Acre e as queimadas (Foto: Mágila Campos)

O Acre vive um período crítico de seca e queimadas, urbanas e rurais. Para tentar reverter essa situação nos próximos anos, a Secretaria de Estado de Educação e Esportes (SEE) iniciou nesta segunda-feira, 7, reuniões com gestores e professores das escolas de Rio Branco para alinhar soluções que mantenham o ambiente saudável.

Além da capital, a reunião também vai ocorrer periodicamente em todos os municípios do estado, em parceria com o Corpo de Bombeiros e instituições voltadas ao meio ambiente.

A Defesa Civil Estadual é parceira nessa ação e a SEE passa a orientar as escolas como trabalhar na prevenção das queimadas. Para o diretor de Gestão da secretaria, Evaldo Viana, é uma grande oportunidade de planejar ações eficazes com a diretoria de ensino e alunos. “Vamos ficar 30 dias nos reunindo, discutindo a prevenção das queimadas, fazendo a escola ficar totalmente engajada nessa causa”, garante.

Na palestra, o comandante operacional dos Bombeiros, tenente-coronel Charles Santos, evidenciou a importância de falar sobre o assunto neste momento, uma vez que estamos no período mais seco do ano. “Temos oito municípios acreanos com forte índice de queimadas. Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Feijó, Sena Madureira, Epitaciolândia, Brasileia e Xapuri são as cidades que mais queimam, e com esse trabalho vamos conscientizar a população partindo do ambiente escolar”, afirma.

Desde 2005 a SEE realiza palestras e trabalhos voltados às queimadas. A gestão de ensino da secretaria é importante colaboradora do projeto. Maria de Fátima é diretora da escola Duque de Caxias, em Rio Branco, e garante que a prevenção é a única saída para o problema. “Para nós, educadores, é muito importante ter uma ação assim a ser desenvolvida com nossos alunos. A prevenção e o cuidado com o ambiente direcionado na escola fazem com que os estudantes comecem a ter consciência do que é certo e errado”, explica.

Na zona rural, onde há uma cultura enraizada e atrelada às queimadas, ocasionando grande poluição na área, a ação é ainda mais urgente. Para a gestora de ensino Lurdes Silva, da escola 25 de Julho, no Ramal Barro Alto, Transacreana, o local precisa se adaptar às necessidades do clima. “Principalmente na nossa área, onde há muita poluição do ar. Devido à prática de queimadas, vamos investir fortemente com a comunidade para mudar esse cenário.”

Hoje a umidade relativa do ar no Acre está em 30%. Somente nos últimos três dias – sexta-feira, 4, sábado, 5 e doming 6 – o Corpo de Bombeiros atendeu 145 chamadas de queimadas em Rio Branco.

Ações inapropriadas do homem estão causando sérios problemas no ambiente. Só neste mês de julho, devia ter chovido 44 milímetros de água em Rio Branco, mas choveu apenas 25 milímetros. Não há previsão de chuvas para o mês de agosto, o que preocupa as autoridades, com focos de calor que podem agravar a situação do clima, que já está péssima.

Projetos futuros

No Acre, são quase 1.500 crianças nas escolas, o que, para a Defesa Civil, significa muitos aliados na prevenção e conscientização com a comunidade, uma ajuda extra no trabalho realizado pelo governo do Estado.

A ideia, segundo o tenente-coronel Charles, é fazer brigadas de incêndio em algumas escolas, principalmente na zona rural do Acre. “Esses comitês vão nos auxiliar e desenvolver projetos de prevenção às queimadas. Tudo isso com nossos parceiros na escola”, declara.

O objetivo é trabalhar a temática com os alunos em sala de aula para que eles apliquem o assunto em casa, junto a suas famílias. “Temos o papel de plantar a semente da esperança nas nossas crianças. Elas têm esse poder de influência muito grande na família, interferindo diretamente na mudança de comportamento e atitude.”

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