Educação e MPF-AC realizam oficina sobre o universo digital nas escolas

Oficina apresentou aos educadores estaduais como prevenir crimes na internet envolvendo crianças e adolescentes (Foto: Thais Farias)

Gestores e professores de diversas escolas estaduais de Rio Branco receberam durante toda a terça-feira, 4, uma oficina com o tema “Segurança, Ética e Cidadania na Internet: Educando para Boas Escolhas Online”. A ideia é instruir os educadores a evitar e lidar com as consequências que o mau uso da internet pode provocar nas crianças e jovens da rede pública de ensino.

Órgãos ligados à educação e à cidadania também participaram do evento. O adolescente é o público mais vulnerável da rede de internet, por isso a necessidade de fazer parceira com a base dos gestores educacionais nesse processo. A coordenadora de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) da Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE), Gleice Maria de Oliveira, destacou a importância da visibilidade ao assunto dentro e fora das instituições de ensino.

A secretaria de educação já atua nesse sentido com formação continuada de professores sobre a interação dos alunos com a internet. “Esse material que assistimos na oficina é essencial para nossos gestores. Recebemos esse alerta sobre os perigos na internet com as crianças e adolescentes crianças. A parceria com o MPF acrescenta e torna a formação do professor mais sólida”, garante.

O procurador regional dos Direitos do Cidadão no Acre, Márcio Garcia, iniciou a oficina apresentando o trabalho do MPF no que diz respeito ao uso da internet na escola e no acolhimento de denúncias relativas ao tema. “Somos os agentes mais importantes no combate ao crime na internet, como pornografia infantil, racismo e bullyns. Atuamos de forma repressiva, quando o crime já está consumado, e na preventiva”.

Os bulyns ganham a internet em proporções inimagináveis e tragédias irreparáveis acontecem em função disso. Garcia enfatizou, ainda, que o Ministério Público Federal, em parceria com a ONG SaferNet Brasil, conta com os professores para que ensinem e orientem seus alunos a utilizarem a internet de forma responsável.

SaferNet

A ação promovida pelo MPF faz parte do projeto “Ministério Público pela Educação Digital nas Escolas”, realizado em parceria com a SaferNet e o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

Rodrigo Nejm, diretor da SaferNet, ONG que atua na pesquisa e prevenção a crimes de internet, explicou como abordar situações de crime na rede e como denunciar crime ocorridos no mundo digital, como casos de ‘nudes’, por exemplo. “São situações muito graves e o foco é abordar isso do ponto de vista pedagógico. Aplicamos aqui referências de como podemos replicar essas atitudes na escola, como forma de prevenção”.

Sandra Regina, professora da escola Álvaro Vieira da Rocha, comentou a importância de aprender a orientar os alunos. “É importante saber como orientar os alunos sobre o uso da internet. Sabemos que a rede não oferece só coisas boas e precisamos proteger as crianças, é fundamental. A pedofilia e outros crimes estão nesses lugares, então é fundamental educar os alunos para o mundo digital”.

Rodrigo também apresentou dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI) que apontam que cerca de 23 milhões de crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos são usuários de internet no país – número que corresponde a 79% da população brasileira que está nessa faixa etária.

Educação Digital nas Escolas

Realizado pelo Ministério Público Federal, em parceria com a organização não governamental Safernet e o Comitê Gestor da Internet no Brasil, o projeto “Ministério Público pela Educação Digital nas Escolas” se alinha às diretrizes estabelecidas pelo Marco Civil da Internet (lei nº 12.965/2014), que em seu artigo 26 destaca o dever constitucional do Estado na prestação da educação para o uso seguro, consciente e responsável da internet como ferramenta para o exercício da cidadania, a promoção da cultura e o desenvolvimento tecnológico.

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