Em Epitaciolândia

“Elas na Matemática”: projeto de escola do interior impulsiona gosto pelos números

Estudo apresentado é voltado à trigonometria (Foto: Thais Farias/SEE)

Ao lado dos teodolitos, instrumento óptico que mensura ângulos verticais e horizontais, havia espelhos, maquiagens, pufes e perfumes. O que isso significa para as alunas do 2º ano da escola Belo Porvir, de Epitaciolândia? Que as mulheres, além de vaidosas, são extremamente inteligentes. Por isso, desenvolveram o projeto “Elas na Matemática”, que atraiu grande  público durante a Mostra Viver Ciência Itinerante, na última semana, no interior do Acre.

O professor que orienta as estudantes nesse trabalho diz que o projeto já existia em algumas escolas do país quando resolveu programá-lo em suas aulas.

“É importante elaborar um trabalho como este porque ainda existe o estereótipo de que a mulher tende a ter mais dificuldade na matemática do que os homens, o que não é verdade. E para quebrar esse senso comum, colocamos em prática o ‘Elas na Matemática’, para mostrar à comunidade estudantil e externa que as meninas também são capazes de desenvolver habilidades na matemática ou qualquer outra disciplina”, destacou o professor de matemática e orientador do projeto, Ricardo Silva.

Integrantes do projeto “Elas na Matemática” (Foto: Thais Farias/SEE)

O estudo apresentado é voltado à trigonometria, ornamentado com um painel indicando que as mulheres podem ser lindas e também inteligentes. “Essa é a nossa intenção. Decidimos fazê-lo porque normalmente as mulheres são apontadas como inferiores em questão de matemática, números. E a realidade não é essa. Podemos ser vaidosas e inteligentes ao mesmo tempo”, comentou a aluna Renata Ferreira, de 16 anos, integrante do projeto.

No estande havia diversos teodolitos caseiros que as próprias alunas construíram, além de bastante jogos. As próprias alunas criaram o slogan “Lindas e Inteligentes” para denominar o projeto. Foram elas, inclusive, que procuraram o professor para apresentar a ideia durante a Ciência Itinerante no município. “Elas mesmas quiseram expor o projeto durante a mostra. O fato engrandeceu a ideia, já que provocou uma grande procura de outras alunas da escola que querem aderir ao projeto agora”, disse o professor.