Recentemente uma balsa com 350 toneladas de tijolos, produzidos em Sena Madureira, foi enviada para a cidade peruana de Puerto Esperanza, município mais isolado do Peru.

Todo produto que chega a Puerto Esperanza é enviado via aérea de cidades peruanas, como Pucallpa, por exemplo, o que aumenta absurdamente o preço das mercadorias. Como alternativa mais viável, a prefeitura peruana resolveu comprar tijolos e cimento do Brasil, para usar em pavimentação de ruas.

350 toneladas de tijolos de Sena Madureira foram enviadas para o Peru (Foto: cedida)

350 toneladas de tijolos de Sena Madureira foram enviadas para o Peru (Foto: cedida)

Do Acre foram enviadas 350 toneladas de tijolos, das olarias de Sena Madureira, e 425 toneladas de cimento de Manaus, mas todo o desembaraço aduaneiro foi realizado na cidade de Santa Rosa do Purus (AC), de onde as balsas seguiram para o Peru.

O despachante aduaneiro Rafael Lopes Pimpão, responsável pelo registro da operação, acompanhou de perto a inspeção realizada pela Receita Federal e aposta no desenvolvimento de novos negócios por via fluvial entre essas regiões, visto a inacessibilidade por via rodoviária, tanto para Santa Rosa do Purus quanto para a cidade de Puerto Esperanza.

“É uma região muito carente, pois todos os produtos que chegam até aqui vêm com valor elevado por atravessadores, e o fortalecimento dos negócios entre essas duas regiões pode proporcionar o acesso a produtos de qualidade, tanto industrializados quanto agrícolas, bem como a melhoria da qualidade de vida da população e o desenvolvimento desses pontos de fronteira” afirmou.

A solicitação de alfandegamento do município de Santa Rosa do Purus foi encaminhada pelo empresário peruano Sidney Hoyle, que realizou a importação dos cimentos e tijolos. O pedido foi encaminhado diretamente ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil em Lima (PE), e através da sua interseção junto à Superintendência da Receita Federal em Belém (PA) foi conseguida em um prazo muito reduzido a autorização para os embarques.

O empresário afirma que muitos negócios ainda estão por acontecer pelo Rio Purus. “Tudo isso só foi possível com o apoio da Delegacia da Receita Federal de Rio Branco, que orientou todo o procedimento de solicitação da licença de alfândega, e do governo do Estado do Acre, que sempre incentivou a relação comercial entre o Acre e o Peru.”

Desde 1909, quando foi assinado o tratado de limites entre Brasil e Peru, é a segunda vez que o Porto de Santa Rosa do Purus foi temporariamente alfandegado. Para o diretor de Comércio, Serviços, Trabalho e Integração Regional da Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis, Jair Santos, essa ação representa um marco para a história da integração comercial com as regiões mais isoladas.

Com informações do blog orguidespachos.blogspot.com.br