Governo lança programa de erradicação do analfabetismo na Cidade do Povo

Tião Viana revela que mais de 300 pessoas na Cidade do Povo já se inscreveram e que a meta do governo é erradicar o analfabetismo em todo o Acre até 2018 (Foto: Sérgio Vale/Secom)
Tião Viana revela que mais de 300 pessoas na Cidade do Povo já se inscreveram e que a meta do governo é erradicar o analfabetismo em todo o Acre até 2018 (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O governador Tião Viana lançou na noite desta segunda-feira, 21, o programa “Quero Ler” na Cidade do Povo.

Se a meta do governo com o programa é de erradicar o analfabetismo no Acre até 2018, o “Quero Ler” quer dar passos ainda maiores na Cidade do Povo, ensinando todos os jovens e adultos a ler e escrever até o começo de 2017.

Mais de 300 pessoas já foram inscritas em 25 turmas na Cidade do Povo, identificadas entre todas as famílias que passaram a morar no maior programa habitacional do Acre e nos bairros da região.

“Qual é o significado disso para nós? Eu sou médico. Eu sei o que é atender uma pessoa que não sabe ler. E em situações como essa, você vê o quão importante é a leitura na vida dessas pessoas. Esse programa é o cumprimento de uma dívida com a população do Acre. E não pensem que estamos ensinando a ler e depois vamos dar as costas, nós vamos dar oportunidades”, disse o governador Tião Viana, idealizador do “Quero Ler”.

Nos próximos cinco meses, esses jovens e adultos que não tiveram oportunidade de se alfabetizar na infância farão parte do “Quero Ler – Alfa 100”. Depois de passarem pela primeira etapa, ingressarão no “Quero Ler – EJA” (Educação de Jovens e Adultos).

O secretário de Estado de Educação e Esporte, Marco Brandão, reforça a importância desse desafio de eliminar o analfabetismo em todo o Acre.

“Desenvolver o Acre é desenvolver a nossa gente. E por intermédio do “Quero Ler”, o governo traz a oportunidade de as pessoas conhecerem as letras, de conhecerem histórias e que possam escrever as suas em papel”, conta.

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Busca pela superação

Com quase 60 anos, João do Nascimento só sabe assinar o nome. Ainda assim, o presidente da comunidade Santa Cecília não esconde a emoção de poder se alfabetizar, oportunidade tirada na infância pela hanseníase, que não lhe permitiu frequentar uma sala de aula.

“Para mim é uma satisfação muito grande, porque no tempo que eu tinha que entrar na escola ninguém deixava. E hoje apareceu essa oportunidade. Eu e outros vamos chegar numa sala de aula para aprender igual tantos outros já sabem. A minha idade já está avançada, eu só quero ler e escrever, só isso”, revela Nascimento.

“No tempo que nós fomos criados não tinha oportunidade. Agora tem para nossos filhos e para nós” (Foto: Sérgio Vale/Secom)
“No tempo que nós fomos criados não tinha oportunidade. Agora tem para nossos filhos e para nós” (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Ex-moradora do bairro Taquari que viu a alagação levar seus pertences várias vezes, Geralda Menezes conta que ganhar uma casa na Cidade do Povo mudou sua vida totalmente. “Hoje posso deitar a cabeça na minha cama com meu esposo e meus filhos e me sentir feliz. Eu já passei por humilhação no Terminal Urbano, perguntando o nome do ônibus. Mas o estudo não tem idade. No tempo que nós fomos criados não tinha oportunidade. Agora tem para nossos filhos e para nós.”

O coordenador do “Quero Ler”, secretário adjunto Moisés Diniz, ainda ressalta: “A Cidade do Povo é a maior obra de engenharia cidadã do Acre. Erradicar o analfabetismo aqui é abrir mais chances de crescer e ser feliz”.

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