Governos amazônidas buscam alternativas para impulsionar desenvolvimento econômico

Promover o intercâmbio entre atores internacionais, nacionais e locais sobre a proteção das florestas tropicais e do clima do planeta. Foi com essa finalidade que se reuniram nesta terça-feira, 14, durante um painel do Amazon Bonn, na Conferência das Partes (COP 23), na Alemanha, governadores da Amazônia Legal, pesquisadores e investidores.

Em pauta, discussões sobre como fundos e instituições privadas internacionais podem contribuir de forma mais efetiva, em escala regional e local, além de articular recursos para a conservação da Amazônia.

Participaram a vice-secretária para América Latina, Oriente Médio e Magreb do Ministério da Cooperação Alemã, Christiane Bögemann-Hagedorn, Luís Fernando Laranja, da Kaeté Investimentos, além de representantes de outros fundos e pesquisadores na área.

Painel debateu os rumos dos mercados e fundos de financiamentos para uma economia verde (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Os governadores do Acre e do Mato Grosso, Tião Viana e Pedro Taques, também participaram junto com a representante do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Marilene Ramos.

Na busca por negócios rentáveis e ao mesmo tempo sustentáveis, uma das alternativas apontadas por Luís Fernando Laranja, da Kaeté Investimentos, foram as proteínas de baixo impacto ambiental. Ele citou o modelo de parceria Público Privado Comunitário (PPP) existente na Peixes da Amazônia (Acre) e o capital social que ela gera em todas as esferas, do pequeno ao grande no mundo dos negócios.

“É possível nós termos, via instrumento clássico de mercado, a geração de resultados com impactos socioambientais muito positivos na Amazônia. E esse é o grande desafio: ou nós acreditamos que as empresas podem ser parceiras desse processo de desenvolvimento sustentável na região ou realmente nós teremos um problema”, explicou Laranja.

De olho no futuro

Durante sua fala, o governador Tião Viana enalteceu a forte presença dos investimentos do Banco Alemão KfW nas políticas públicas de preservação e desenvolvimento socioeconômico no Acre, ressaltando que isso auxiliou o estado a construir parte da sua base de geração de renda agregada à preservação do meio ambiente. Destacou ainda o apoio do BNDES no processo de consolidação da Peixes da Amazônia.

Vice-secretária do Ministério da Cooperação Alemã ressaltou que desenvolvimento e proteção ambiental devem andar juntos e o Acre é referência nisso (Foto: Sérgio Vale/Secom)

“Apostamos em proteínas de baixo carbono de origem vegetal, animal e diversificamos a base econômica. Investimos em 5.700 famílias no programa de piscicultura que já estão organizadas em cooperativas, reduzindo assim a pressão sobre a floresta. As nossas plataformas estão prontas, só precisamos de capital de giro para investimento e aumentar a escala”, completou o governador Tião Viana.

A representante do governo alemão destacou que a Alemanha incentiva práticas sustentáveis na região amazônica por acreditar que é preciso fortalecer as comunidades tradicionais e políticas públicas de preservação para o alcance das metas do Acordo de Paris, firmado durante a COP 21, na França, em 2015.

“Proteção da floresta e rentabilidade na produção não devem ser dois elementos opostos. Isso no estado do Acre foi muito bem sucedido. E nesse contexto nós só queríamos encorajar o Brasil para seguir nessa via de integração florestal”, disse Christiane Bögemann-Hagedorn.

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