Imóveis são avaliados para tombamento pelo Patrimônio Histórico

O governo do Acre, por meio da Fundação Elias Mansour (FEM) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), desenvolve um trabalho de avaliação de imóveis que fazem parte da história do Acre para serem tombados. Esta semana, o arquiteto e urbanista Carlos Fernando Andrade visitou a capital e mais três municípios para um levantamento dos bens do estado.

Esses espaços podem ser tombados por meio de decreto governamental ou via ação do Conselho Estadual de Patrimônio (Foto: Arquivo/ Secom)

Ao todo, serão avaliados 41 imóveis, em sete cidades do Acre. Nesse primeiro momento, Andrade percorreu os municípios de Rio Branco, Sena Madureira, Brasileia e Xapuri, avaliando o contexto histórico e o valor que cada imóvel tem na narrativa daquele local e do Brasil.

“Durantes esses quatro dias analisando e checando alguns desses bens históricos, pude observar que eles se constituem em importantes testemunhas do próprio desenvolvimento urbano do estado. Nesse sentido, eles formam um conjunto muito interessante do ponto de vista urbanístico, como a capital, que teve uma intencionalidade de gesto muito grande da sua formação com os prédios públicos”, destacou o arquiteto.

Andrade diz ainda que em Rio Branco existe um desenho que tem uma relevância na arquitetura clássica greco-romano, mas em cidades como Xapuri se observa outro detalhe que tem a figura de Chico Mendes, historicamente marcante para a cidade e o estado, além da influência do transporte fluvial, com a existência de portos com estruturas arquitetônicas marcantes.

Em julho deste ano, a equipe retorna ao estado para concluir o levantamento desses bens. Dessa vez, a visita será em Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Porto Acre, proporcionando instrumentos técnicos a uma decisão de valoração de bens a serem tombados.

Imóveis do Segundo Distrito de Rio Branco também estão sob avaliação (Foto: Arquivo/ Secom)

Trabalho marcante que traz conhecimento  

O urbanista e empresário Carlos Fernando Andrade tem ampla experiência na área de tombamento, tendo sido inclusive presidente do Instituto de Patrimônio Histórico Nacional (Iphan). Ele ressalta que este é um momento que adquire bastante conhecimento histórico dos lugares em que passa e retribui resgatando na memória dos cidadãos contextos de valores culturais, ambientais e afetivos que marcaram a história daqueles locais e populações que ali residem.

“O Acre tem uma história riquíssima em conceito da nação brasileira, mas, infelizmente, só temos [no estado] um bem tombado nacionalmente, que é a Casa de Chico Mendes, por sinal superimportante em nível internacional para o país”, destacou.

O que é o tombamento de bens?

O tombamento é um ato administrativo realizado pelo poder público com o objetivo de preservar, por intermédio da aplicação de legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados.

Esse ato pode ser feito pela União, por intermédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, pelo governo do Estado, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado ou pelas administrações municipais, utilizando leis específicas ou a legislação federal.

 

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