Pequenos negócios

Investimentos ressocializam e dão oportunidade de trabalho a ex-reeducandos

“Todas as portas estavam fechadas pra mim, até que um dia eu pude acreditar que teria uma nova chance na vida”, relata Ozicléia Rodrigues, hoje profissional autônoma da área de estética, graças ao projeto desenvolvido pela Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN) de apoio a egressos do sistema prisional.

Em 2010 Ozicléia viveu maus momentos, em consequência de envolvimento com a criminalidade. Depois de adentrar o sistema prisional, viu ruir toda a base familiar que um dia construíra junto com o esposo ao único filho, hoje maior de idade.

Ainda no regime fechado, recebeu a notícia de que, em razão de um acidente de trânsito, acabava de ficar viúva. Foi quando se viu sem estrutura emocional nenhuma para acreditar que um dia pudesse recomeçar a vida no mundo que a aguardava muro afora.

Para a cabeleireira o apoio foi fundamental (Foto: Angela Peres/Secom)

“Eu sabia que um dia sairia, mas queria mesmo era me sentir livre novamente, recomeçar. E tudo de que precisava era que alguém acreditasse em mim”, conta.

Foram quase quatro anos de reclusão – tempo que Ozicléia aproveitou para fazer todos os cursos profissionalizantes promovidos por instituições do Poder Judiciário e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).

O resultado da dedicação às qualificações veio agora em 2017. Há poucos meses ela recebeu da SEPN um kit de salão de beleza durante entrega de equipamentos que também beneficiou outras famílias de ex-reeducandos.

E eis que tudo se fez novo. No bairro Vila Ivonete, no salão da Ozicléia, tudo se resume em gratidão. “Eu me casei de novo, tenho uma boa relação com meu filho, hoje tenho uma neta e um trabalho. Posso dizer que venci porque quis mudança para minha vida, e graças a Deus tive uma nova oportunidade”, relata e se emociona.

Trabalho e renda para quem precisa

Este ano, três entregas já beneficiaram esse público (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

O projeto encabeçado pela Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN) pretende trabalhar a inclusão social de 700 famílias com histórico como o de Ozicléia só este ano.

Para isso, conta com o apoio do Tribunal de Justiça do Acre, por meio do programa Começar de Novo, e do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen).

Para o gestor da SEPN Henry Nogueira, dar condições de dignidade às pessoas é o maior objetivo dos investimentos. “Faz parte do nosso papel promover a inclusão social e estender a mão a quem um dia tropeçou e precisou se levantar. É essa mensagem que queremos fazer ser entendida por todos os que precisam, que o poder de decisão dentro de cada um é que provoca as maiores mudanças”, diz.

Este ano três eventos de entregas de equipamentos para esse público já foram realizados, sendo um para kits individuais e outros dois de padarias industriais que beneficiaram comunidades terapêuticas para auxiliar na recuperação de pessoas em tratamento e egressos do sistema prisional.

Investimentos em geral

Com as políticas públicas geridas pela SEPN mais de 23 mil famílias já são alcançadas em todo o Acre com investimentos de mais de R$ 33 milhões.