Vida nova

Longe da enchente, cozinheira comemora nova vida na Cidade do Povo

“Durante os 16 anos que morei na Cidade Nova não dava gosto de ter nada porque todo ano tinha alagação. Os móveis da cozinha já ficavam em cima de tijolos. A gente não podia ter guarda-roupa novo.” Este é o relato da cozinheira Ana Lídia Gomes Cassemiro, 32 anos.


Há quatro anos a realidade dela se transformou, depois que foi beneficiada com uma casa na Cidade do Povo. “Hoje dá gosto comprar as coisas para casa. Ter uma geladeira nova, um fogão. Porque aqui não tem alagação”, comemora a cozinheira.

Ana Lídia ressalta que também deixou para trás outros transtornos que viveu no antigo local de moradia.

“Moramos em três lugares da Cidade Nova. O pior foi um que a casa ficava na Rua Beira Rio. Era horrível. No banheiro da gente passava um esgoto. O mau-cheiro era tão grande que não conseguia ficar dentro de casa. Na outra casa, a louça era lavada no jirau, pegando a água num pote e lavando. Quem diria que um dia eu teria água na torneira?”, comemora a moradora.

O governo do Estado, em parceria com a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, já entregou 3.348 unidades habitacionais na Cidade do Povo, beneficiando famílias que viviam em áreas de risco de Rio Branco.

Infraestrutura assegurada

UPA da Cidade do Povo é mais uma conquista da população de Rio Branco (Foto: Júnior Aguiar/Sesacre)

Os moradores do maior bairro planejado da capital, atualmente, dispõem de Centro de Referência de Assistência Social (Cras), mercado público municipal, uma escola de ensino médio e duas de ensino fundamental, duas creches, uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), um terminal de transporte coletivo, duas Praças da Juventude, 11 praças esportivas, uma Unidade Básica de Saúde (UBS), três postos policiais e um abrigo para as viaturas.

Toda essa infraestrutura permite que Ana Lídia se sinta tranquila. “Posso lavar roupa, deixar no varal e sair para trabalhar porque sei que quando voltar tudo vai estar aqui. No lugar que morava não era assim. Eu voltava e não tinha mais as roupas”, lembra.

Quem diria que um dia eu teria água na torneira?”, comemora Ana Lídia (Foto: Kennedy Santos/Secom)

Ela expressou sua apreensão com relação à situação da cheia do Rio Acre e se solidariza com aqueles que têm as casas atingidas pela enchente. “Sei como é esse sofrimento. Espero que não tenha uma enchente como a de 2015. Foi muito triste. Eu já morava aqui, mas vi muitas famílias sofrendo”, recorda.

A moradora revela que sempre agradece a Deus pela oportunidade que teve de receber a casa na Cidade do Povo. “Isso foi uma oportunidade única, e eu pelo menos uma vez na semana me pego agradecendo”, conclui Ana Lídia.