Mutirão de Cirurgias realiza quase mil procedimentos em três meses

Passar por uma cirurgia não é simples. É preciso se organizar, passar por várias avaliações médicas e exames antes de ser submetido ao centro cirúrgico. E quando não se reside na capital, que dispõe de hospitais com maior suporte, a logística é ainda mais difícil, sendo necessário se afastar da família, dos amigos e do aconchego do lar em busca do Tratamento Fora de Domicílio (TFD).

Mas essa realidade no Acre vem sendo modificada desde a implantação do Mutirão de Cirurgias, lançado pelo governador Tião Viana para melhor atender o usuário com a comodidade de se recuperar próximo de casa, além de promover a ampliação do acesso e reduzir o tempo de espera por cirurgias eletivas.

Somente nos últimos três meses e meio, de junho até 18 de setembro, foram quase mil cirurgias concretizadas nos mutirões realizados nos hospitais Ary Rodrigues, em Senador Guiomard, João Câncio Fernandes, em Sena Madureira, Raimundo Chaar, em Brasileia, Sansão Gomes, em Tarauacá, Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, Geral de Feijó, e HC em Rio Branco.

A coordenadora do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Central de Regulação, enfermeira Lúcia Carlos Paiva, explica que a programação da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) no mutirão de cirurgias levantou os procedimentos que poderiam ocorrer nos próprios municípios para que os pacientes tivessem maior comodidade em não ter que sair do seu local de atendimento.

“Nós pegamos aquelas cirurgias que teriam condições de ser resolvidas em Sena Madureira, pegamos a população de Manoel Urbano, Santa Rosa do Purus e Sena e elencamos aquelas cirurgias que estavam no rol de procedimentos da portaria realizando as cirurgias no município de Sena. Assim como foi nos demais. Com isso o paciente teve maior comodidade. Estamos fechando de junho para cá quase mil procedimentos realizados em forma de mutirão. O esforço da Sesacre é imenso, não é fácil pensar em uma estrutura e levar todo o equipamento e equipe para realizar esses procedimentos, que também tem um custo elevado”, observa.

O mutirão que faz parte do Plano de Cirurgias Eletivas prevê um trabalho integrado da Central de Regulação do Hospital das Clínicas (HC) e Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), obedecendo um cronograma pelo qual os usuários cadastrados são agendados para o procedimento seguindo os critérios estabelecidos para fila única, ou seja, tempo de espera e grau de prioridade indicado e justificado pelo cirurgião;

Os médicos reguladores são os responsáveis por fazer o processo de agendamento das cirurgias e o mapa cirúrgico.

O mutirão de Cirurgias conta com uma equipe de mais de 20 profissionais, entre médicos, enfermeiros e anestesistas, além da equipe de apoio dos hospitais onde os procedimentos são realizados.

Na programação do Mutirão, várias unidades hoje são referência para procedimentos cirúrgicos como hérnia, vesícula e cirurgias ginecológicas, entre elas o Hospital Ary Rodrigues, em Senador Guiomard que atende pacientes de Acrelândia, Capixaba e Plácido de Castro; Hospital João Câncio Fernandes (Sena Madureira) que atende aos municípios de Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus; Hospital Raimundo Chaar (Brasileia) para Brasileia, Assis Brasil, Xapuri e Epitaciolândia; Hospital Sansão Gomes (Tarauacá), para Tarauacá, Feijó e Jordão; Hospital Regional do Juruá (Cruzeiro do Sul), atendendo aos usuários de Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo e Porto Walter.

Quem celebra a iniciativa são os quase mil pacientes que fizeram as cirurgias em seus municípios, próximos de suas famílias e tiveram a oportunidade de se recuperar no aconchego de seus lares.

É exemplo do professor Raimundo de Oliveira, do município de Sena Madureira, que passou por duas cirurgias ao mesmo tempo, hérnia e vesícula. “Imagina ter que ir pra Rio Branco fazer essas cirurgias? Eu não tenho parentes e nem onde ficar lá. Só tenho a agradecer por ter feito os procedimentos e poder tá aqui me recuperando deitado na minha rede”, afirma.

Já em Senador Guiomard, município que mais fez cirurgias, Erotildes da Silva Costa, de 57 anos, celebra a oportunidade de ter feito o procedimento durante o mutirão. “Foi anos sofrendo de dores intensas, muito mal-estar e impossibilitada de fazer certas coisas. Chegava a desmaiar de tanta dor. Me ligaram, falando do mutirão e dizendo para eu vir  agendar. Graças a Deus por essa iniciativa, que com certeza veio em um ótimo momento” diz.

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