Na marcenaria acreana, o saber tradicional se alia à arte contemporânea

[vc_row css=”.vc_custom_1478521403552{background-color: #ffffff !important;}”][vc_column][vc_custom_heading text=”Na marcenaria acreana, o saber tradicional se alia à arte contemporânea” font_container=”tag:h2|font_size:55|text_align:left” google_fonts=”font_family:Coda%3Aregular%2C800|font_style:400%20regular%3A400%3Anormal”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Realizando uma conexão entre modernidade e tradição, marceneiros do Acre experimentam novo espírito na produção de móveis.

Em Cruzeiro do Sul, na região do Juruá, a noroeste do estado, surge o exemplo de trabalho eficiente, mantendo saberes tradicionais passados de pai para filho.

Princípios de design da Scuola Politecnica di Design (Escola Politécnica de Design), de Milão, na Itália, confluem com ensinamentos familiares trazidos da vida na Floresta Amazônica.

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Foto: Arison Jardim/Secom

Em 2012, João Evangelista de Farias seria contemplado pela política estadual para fortalecimento do setor moveleiro e de manejo florestal.

Marceneiro, nascido num seringal daquela região, ele participou então de uma viagem a Milão com outras 60 pessoas, entre pequenos, médios e grandes empresários das áreas de madeira, alimentos e indústria.

A iniciativa, articulada pelo governo do Estado e pela Federação das Indústrias do Acre (Fieac), promoveu uma mudança nos conceitos de Farias.

Sendo o mais velho de três irmãos e companheiros de trabalho, decidiu então reuni-los e apresentar uma nova jornada para a empresa da família, a Móveis Farias.

“Nós nunca nos organizamos corretamente, e lá [em Milão] pude ver aquele grau de limpeza. Quando cheguei, conversei com meus irmãos, e hoje temos a responsabilidade de que a empresa se mantenha melhorando”, avalia.

Ainda animado com as novas experiências, o marceneiro recebeu mais um incentivo para mudanças no seu modo de trabalhar.

Fazendo parte do fortalecimento do setor moveleiro, o Parque Industrial Florestal de Cruzeiro do Sul foi inaugurado também em 2012, garantindo um espaço digno para as marcenarias e outras indústrias. O espaço é administrado pela Secretaria da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens).[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row”][vc_column][vc_column_text]

“Tive a oportunidade de mudar radicalmente. Tendo em mente uma estrutura que vimos lá fora, recebemos um espaço totalmente limpo, pintado e organizado. Com a chave na mão, pronto para fazer do jeito que quisermos. Nossa empresa saiu de um lugar precário para um novo, e já afirmando: ‘Aqui não vou deixar sujar’. Recebi um ambiente saudável”.

João Evangelista de Farias
Marceneiro

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row_content_no_spaces” content_placement=”top” css=”.vc_custom_1478881332221{padding-top: 400px !important;padding-bottom: 400px !important;background-image: url(http://www.agencia.ac.gov.br/wp-content/uploads/2016/11/bg-polo-moveleiro.jpg?id=248269) !important;background-position: center !important;background-repeat: no-repeat !important;background-size: cover !important;}”][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]De fato, ao andar entre as máquinas, é impressionante que não haja qualquer acúmulo de pó de serra, resíduo comum em todas as marcenarias.

Além de sempre haver um funcionário varrendo o galpão, cada máquina contém um sistema de sucção do pó, levando-o para um lugar específico fora do galpão.

A mudança também estimulou os sócios a um novo modo de organização da empresa. Cada irmão trata de uma parte dos negócios, incluindo o atendimento pós-venda, que não existia.

Foto: Pedro Devanir/Secom

 

Mudança de ares com a lembrança do passado

A visão tranquila e ampla que o marceneiro possui e aplica nos negócios foi herdada do pai.

Farias acredita que a decisão de o pai permanecer trabalhando com marcenaria, mesmo após saírem do seringal, seja um dos motivos de sucesso da empresa: “Acho que isso foi uma sorte. Talvez até hoje estivéssemos sendo funcionários de alguém”.

“Assim que chegamos aqui, papai alugou uma casa e começou a trabalhar com uma banca da serra debaixo de um pé de jambre [jambo], que era a cobertura. Isso, enquanto nós estávamos estudando, foi nos fortalecendo para querer trabalhar”, lembra Farias.

Seguindo a história e o desejo de empreender, planejando o futuro próspero, o marceneiro fez outras mudanças significativas: largou o trabalho em madeira maciça e adotou o MDF (medium density fiberboard em inglês, que pode ser traduzido para “placa de fibra de madeira de média densidade”).

Foto: Arison Jardim/Secom

O MDF se tornou alternativa por ser uma matéria prima de fácil acesso, que só se tornou possível com a abertura total da rodovia BR-364, que liga Cruzeiro do Sul ao resto do país.

A Móveis Farias compra as placas de MDF direto de Santa Catarina, depois de boa negociação em uma das tantas feiras de que os empresários participam.

Aprimorando sua produção, a empresa inova agora com modelos virtuais em 3D.

“A partir do momento em que se desenvolve essa alternativa, a confiabilidade da empresa aumenta, e podemos vender a um preço melhor. Antes não podíamos fazer um projeto grande, de 400 a 500 mil reais, mas hoje a gente sente orgulho pela preferência que o público demonstra pela nossa empresa”, afirma o marceneiro.

Novas ações

Tendo bons resultados desde as primeiras mudanças, o primogênito está propondo novas ideias.

“Estamos ampliando o galpão e colocando as máquinas antigas para voltar a trabalhar com madeira também, porque nem todos os clientes querem MDF”, conta, ao revelar as opções de escolha.

Ainda há mais pela frente: “Futuramente queremos trabalhar com mármore, pois o que mais fazemos é cozinha projetada, e o que toda cozinha moderna tem é mármore”.

Desde os primeiros anos da adolescência, Farias e os dois irmãos edificaram uma vida com a marcenaria. Estudaram, aprenderam uma arte, que é criar objetos bonitos e eficientes, e fizeram prosperar a empresa familiar que nascera naquele pé de jambre.

“Olhando tudo isso, lembro o meu passado. Nós crescemos com conhecimento, com qualidade, me orgulho da forma como meu pai nos educou. Me orgulho de como a gente trabalhava, mas quero fazer evoluir nosso serviço”, reitera Farias.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]

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[/vc_column_text][/vc_column_inner][/vc_row_inner][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_text_separator title=”Texto: Arison Jardim | Fotos: Arison Jardim e Pedro Devani/Secom | Diagramação: Thennyson Passos”][/vc_column][/vc_row]

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