No Dia Mundial do Autismo, educadores e familiares participam de workshop de conscientização

Pablo Ferreira, brincando durante o Workshop realizado na SEE (Foto: Thais Farias/See)

“Há dois anos e meio, quando Pablo entrou para a Educação Especial, minha vida mudou completamente. Mudou para melhor. E ele, já caminha para total independência na vida”. O relato é da tia do pequeno Pablo Henrique Ferreira, de apenas oito anos, que possui o transtorno do espectro autista. Para Francinete Ferreira, que cuida do sobrinho, o desenvolvimento do garoto não seria possível, não fosse o amparo da escola, com seus mediadores e auxiliares, e do Centro de Ensino Especial Dom Bosco.

Pablo e Francinete participaram do Workshop realizado na tarde desta segunda feira, 2, no auditório da Secretaria Estadual de Educação e Esportes (SEE), em comemoração ao Dia Mundial do Autismo. O evento promoveu debates baseados no tema “Os Desafios na Construção das Acessibilidades Curriculares para o Aluno com Autismo”. Estiveram à frente coordenadores do ensino especial no estado e a Associação dos Amigos e Pais dos Autistas do Acre (AMPAC).

Francinete Ferreira, tia de aluno autista, da rede pública do Acre (Foto: Thais Farias/See)

Objetos utilizados nas Salas de Recursos Multifuncionais das escolas da rede pública chamavam a atenção durante o Workshop. Coloridos, didáticos e estimulantes, uma pequena amostra dos materiais pedagógicos fez entender a importância da caracterização visual no meio escolar para o aluno autista, como Pablo, que estuda na escola estadual Maria Angélica de Castro e apresenta, segundo a tia, desenvolvimento significativo, inclusive na fala.

Materiais pedagógicos utilizados nas Salas de Recursos Multifuncionais (Foto: Mágila Campos/See)

“Todos os recursos usados para apoiar a aprendizagem da criança autista passam por um processo de adaptação. Isso facilita o modo de ensinar e de obtermos o entendimento desses estudantes com igualdade. Para dar certo, a equipe da escola – coordenação pedagógica, professores, mediadores e auxiliares – precisam trabalhar unidos, em busca de um mesmo objetivo: ensinar com qualidade”, disse a professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE) na escola José Sales de Araújo, Juceli Lira. Somente nesta instituição, 13 alunos autistas freqüentam as aulas.

A coordenadora da Educação Especial no Acre, Úrsula Maia, explica que “estas salas realizam o Atendimento Educacional Especializado e possuem como principal objetivo identificar, elaborar e organizar os recursos pedagógicos para incentivar a participação dos alunos, considerando as necessidades específicas de cada um”.

Coordenadora da Educação Especial no Acre, Úrsula Maia (Foto: Thais Farias/See)

Houve, ainda, a palestra “Alterações clínicas da pessoa com autismo”, ministrada pelo médico da saúde da família e comunidade, Dr. Marcelus Negreiros, com mediação da professora Giselle Morais. O debate “As contribuições do Atendimento Educacional Especializado para a aprendizagem do aluno autista” foi mediado pela professora Ana Flávia Nobre.

Autismo no âmbito escolar

Alunos da rede pública participaram de Workshop (Foto: Thais Farias)

Em 2008, quando surgiram as Salas de Recursos Multifuncionais no Acre, existiam apenas dez unidades desses espaços. Hoje, são 334 salas divididas nos 22 municípios, cumprindo o decreto nº 6.094/2007, que estipula a garantia do acesso e da permanência na rede pública de ensino.

O Autismo pertence ao grupo dos Transtornos Funcionais Específicos e é conhecido também como Transtornos de Espectro Autista – TEA. O dia mundial foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 18 de dezembro de 2007, como forma de conscientizar a sociedade e os governantes.

 

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