“O Acre tem muito do que se orgulhar”, afirma diretor do Banco Mundial no Brasil

Em reunião no gabinete, equipe do Banco Mundial falou de suas avaliações dos projetos visitados (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Ao percorrer seis municípios e diversos projetos do governo do Estado, o diretor do Banco Mundial no Brasil, Martin Raiser, conheceu novas perspectivas que demonstram a importância do desenvolvimento sustentável. “O Acre tem muito do que se orgulhar. É um projeto multissetorial e que tem sinergia”, disse Raiser ao governador Tião Viana em uma avaliação ao fim das visitas, na quarta-feira, 6.

Muito dos projetos acreanos são realizados com apoio do Banco Mundial, por isso Raiser e sua equipe visitaram locais onde ocorrem essas ações. Um dos fatos que marcaram a memória do diretor foi o resultado alcançado com famílias da agricultura familiar. “Aprendi coisas aqui que não tinha pensado, como dar aos extrativistas uma alternativa sustentável e uma autossuficiência por meio da produção. O Acre, por meio do movimento cooperativista e de políticas públicas, tem tido esse sucesso, e temos que aprender com essa experiência”, declarou Raiser.

O governo do Estado, junto da sociedade acreana, faz uma opção econômica e social de desenvolvimento sustentável, atividades agrícolas e industriais que promovem inclusão social, geram renda e não agridem o meio ambiente. Essa decisão tem se demonstrado exitosa – nos últimos 13 anos, o estado se estabeleceu como o quarto com maior crescimento acumulado do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estado passou de um PIB de R$ 2,971 bilhões em 2002 para R$ 13,459 bilhões em 2014, e já nos últimos dez anos reduziu seu desmatamento em mais de 60%. “Essa economia sustentável, na qual a sociedade vive em harmonia com a natureza, é uma experiência muito exitosa. Acredito que o Acre pode ensinar outros países”, afirma Raiser, comprovando que o trabalho realizado segue um caminho firme e promissor.

Isso pode ser visto com os bons resultados da produção de castanha, suínos, piscicultura, bovinos, mandioca e outras atividades nos últimos anos. No PIB de 2014, a atividade agropecuária representou 10,7% do valor total adicionado.

A Plataforma de Monitoramento de Desempenho Territorial do Estado, criada pelo governo com apoio da organização não governamental Earth Innovation Institute [Instituto de Inovação da Terra], reúne e esclarece esses números.

A cadeia produtiva da mandioca saiu de uma produção de 360 mil toneladas em 2002 para 1,1 milhão de toneladas em 2015. O açaí evoluiu 300% em sua produção e chegou a 5,4 mil toneladas em 2015. Já na castanha foram colhidas e comercializadas mais de 14 mil toneladas também em 2015, tornando o estado o maior produtor dessa noz. O rebanho de gado bovino triplicou, mesmo com o desmatamento em controle, mostrando que a criação se dá em áreas já abertas anteriormente.

Missão do Banco Mundial

“Essa economia sustentável, na qual a sociedade vive em harmonia com a natureza, é uma experiência muito exitosa. Acredito que o Acre pode ensinar outros países”, afirma Martin Raiser (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Natural da Alemanha, Raiser já dirigiu o Banco Mundial em outros países, como Ucrânia, Belarus e Moldávia. No Brasil, ele conheceu diversas outras experiência de agricultura e meio ambiente. Em um dos seus artigos, expôs a importância da conservação: “Preservar as florestas tropicais permite reduzir muito as emissões de gases causadores do efeito estufa e proteger a biodiversidade.”

Agora, como diretor da instituição no Brasil, ele veio ao Acre, com o qual o Banco Mundial tem mais de 20 anos de parceria e mais de R$ 2 bilhões em investimentos do governo. Nesta semana, a comitiva visitou Jordão, Marechal Thaumaturgo, Mâncio Lima, Cruzeiro do Sul e Senador Guiomard, além de Rio Branco. Saneamento, fortalecimento cultural, agricultura familiar e educação foram alguns dos projetos visitados que mostram o avanço do Acre.

O caso da agricultora Uderlina Cavalcante, que mora no Projeto de Desenvolvimento Sustentável da Bonal, em Senador Guiomard, ficou marcado em Raiser. Ela produz abacaxi, colhe látex na sua terra e fornecerá pupunha de palmito para a fábrica recém-reformada entregue nesta quarta-feira, 6, pelo governo do Estado.

“Só plantando abacaxi, a produtora está tirando R$ 2.500 ao mês, em uma propriedade que não chega a 20 hectares. A área não é extensa, mas está dando uma autossustentação econômica muito forte. É possível promover uma renda sustentável para as pessoas sem conflito com a natureza”, declarou Raiser.

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