Anunciada sentença de acusados da morte do sindicalista Ivair Higino

Após mais de 15 horas de julgamento, o Tribunal Popular do Júri da Comarca de Xapuri decidiu pela Absolvição de dois dos três acusados julgados na quarta-feira, 28, pelo assassinato do dirigente sindical Ivair Higino de Almeida. Os jurados reconheceram que Cícero Tenório Cavalcante e Gentil Alves da Silva não tiveram nenhum envolvimento com os fatos relatados no processo, que culminaram com a morte da vítima.

O único condenado foi Oloci Alves da Silva, a quem o corpo de jurados considerou responsável, juntamente com outros envolvidos pelos 8 tiros que tiraram a vida do dirigente sindical, na madrugada do dia 18 de junho de 1988. Ivair Higino morreu quando se dirigia ao curral da sua propriedade, na BR-317, entre Xapuri e Brasiléia, para tirar leite de uma vaca para alimentar um filho que tinha, na época, apenas 38 dias de vida.
 
Oloci Alves foi sentenciado pelo Juiz Anastácio Lima de Menezes Filho à pena base de 9 anos de prisão, com redução de 1 ano, sendo fixada de forma definitiva em 8 anos, no regime semi-aberto. Apesar da sentença, o réu deverá ser beneficiado pelo Instituto da Prescrição Retroativa, que sendo decretada pelo Juiz impedirá o estado de executar a pena. Por esta figura jurídica, como o réu foi condenado a uma pena superior a 8 anos e inferior a 12, o crime prescreve em 16 anos, ou seja, a punibilidade será extinta e Oloci não chegará a ser preso.

O promotor mariano Jeorge de Souza Melo, afirmou, após julgamento, que a sentença não colocaria um ponto final no processo.

O público que esteve presente no fórum de Xapuri aguardou pacientemente o desfecho do julgamento. Apesar da grande presença de pessoas na Minúscula Sala das Sessões, não houve nenhum tipo de manifestação, nem contrária nem favorável, após a leitura da sentença por parte do juiz, que ocorreu as 11h30 da noite.

Dos sete implicados na morte de Ivair Higino, dois ainda estão foragidos e com prisão preventiva decretada pela justiça. São eles, o indivíduo conhecido pela alcunha de Cearazão, que teria matado Ivair Higino a mando de Cícero Tenório, e Jardeir Pereira, o mineirinho, ambos citados nos autos do processo como co-executores do assassinato.