Programa Quero Ler chega a dezenas de pessoas no Calafate

Só na escola Edilson Façanha são quatro turmas do programa que quer eliminar o analfabetismo no Acre até 2018 (Foto: Gleilson Miranda/Secom)
Só na escola Edilson Façanha são quatro turmas do programa que quer eliminar o analfabetismo no Acre até 2018 (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

O governador Tião Viana conheceu na noite desta terça-feira, 30, as quatro turmas do programa Quero Ler instaladas na escola Edilson Façanha, no bairro Cafalate, em Rio Branco. Cerca de 60 pessoas, a maioria acima dos 30 anos, reúnem-se ali, todas as noites, para superar o desafio de aprender a ler e escrever.

O Quero Ler é um programa criado por Tião Viana em seu segundo mandato, quem tem o audacioso objetivo de eliminar o analfabetismo no Acre até 2018, atendendo mais de 60 mil pessoas.

Só em Rio Branco existem mais de 300 turmas, podendo chegar a 450 em todo o Acre até o fim do ano, num investimento de R$ 26 milhões.

“Aqui é a germinação de um futuro novo, porque o saber é capaz de dar essa liberdade. Por isso eu só tenho a agradecer a vocês pelos esforços que fazem para estar aqui, porque sei que não é fácil. Já estamos chegando a sete mil alunos, e queremos alcançar 12 mil até o fim do ano. Vocês têm uma caminhada pelo novo amanhã. Então, por favor, não desistam”, conclamou o governador.

Esforços conjuntos

“Eu cheguei aqui e não sabia de quase nada e hoje tive a oportunidade de chegar lendo um pouquinho”, conta Antonio Souza (Foto: Gleilson Miranda/Secom)
“Eu cheguei aqui e não sabia quase nada. Hoje tive a oportunidade de chegar lendo um pouquinho”, conta Antonio Souza (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Entre os alunos, Antônio Vieira de Souza, de 54 anos, fez questão de ler uma mensagem de agradecimento ao governador, demonstrando seu crescente domínio das palavras.

Souza conta que estava em casa quando um grupo de pessoas passou pelo bairro perguntando por moradores que queriam se inscrever no programa. Como as aulas não conflitavam com seu trabalho, ele resolveu encarar o desafio.

“Eu cheguei aqui e não sabia quase nada. Hoje tive a oportunidade de ler um pouquinho, e vamos mais para frente. Quando eu tinha idade de aprender a ler, só vivia na mata, cortando seringa, e nunca tive oportunidade. Tentei algumas vezes e não deu certo, só agora. A gente tem que ir em frente, senão fica tudo pior”, conta.

O diretor Valdemir Castro conta que abriu as portas da escola para uma turma, mas que no fim viraram quatro. Ainda assim, todo o esforço compensa.

“Eles estavam procurando o espaço. Eu tinha esse espaço e comecei a recebê-los. A ideia era uma turma, mas agora chegamos a quatro. E é interessante, porque já temos aqui turmas da Educação de Jovens e Adultos [EJA]. Então, quando terminarem o Quero Ler, vão partir direto para o outro lado, porque queremos que eles sigam pela educação”, comentou o gestor.