Queimadas afetam a rotina da população

Depois de um dia intenso de trabalho na agricultura, o produtor rural Manoel Olímpio de Paiva chega em casa e percebe que a roupa cheira a fumaça. O clima seco e o ar poluído agravam problemas de saúde, como a sinusite. Sua crise alérgica piora e ele procura atendimento médico em uma unidade básica de saúde e percebe que é grande o número de pessoas com o mesmo problema, principalmente entre crianças e idosos.

Bombeiros trabalham 24 horas no combate aos incêndios (Foto: Sérgio Vale/Secom)

“Eu não queimo, mas o pessoal queima muito, tem que maneirar mais a mão. É muita fumaça e poeira que adoecem a gente. Tenho sinusite e fico com falta de ar”, diz o produtor.

O problema de Manoel Olímpio se repete a cada ano no verão amazônico, estação de pouca chuva, muito calor e baixa umidade. Esses fatores favorecem o aumento das queimadas, incêndios urbanos ou florestais que colocam em risco a saúde da população, ameaçam a biodiversidade e prejudicam o patrimônio público e privado.

Por vezes, um incêndio começa com um montinho de lixo queimado no fundo do quintal e que sai do controle. É comum também produtores rurais colocarem fogo no terreno para renovar o pasto ou a área para o plantio. Essas são técnicas antigas, mas existem alternativas para evitar o fogo na agricultura, como o plantio direto, a rotação entre lavoura e pastagem e os sistemas agroflorestais, que integram agricultura, pecuária e floresta.

“Nesta época o governo intensifica a fiscalização, mas é necessário também apelar para o bom senso da população e alertar sobre o perigo das queimadas e pedir que não queimem lixo em suas casas. O resultado é esse aumento de pessoas com doenças respiratórias, como, infelizmente, presenciamos todos os anos”, alerta o secretário de Estado de Saúde, Gemil de Abreu Junior.

Combate às queimadas


O Corpo de Bombeiros atua no combate a incêndios florestais, além da realização de campanhas preventivas. A Defesa Civil do Estado também atua nos 22 municípios acreanos para minimizar os impactos sobre a população. Denúncias devem ser feitas pelo número 193 e podem resultar em aplicação de multa para os responsáveis.

“Queimar é crime e o processo de fiscalização pelos órgãos ambientais está sendo intensificado. Chamamos a população para denunciar as pessoas que insistem em causar danos à saúde e ao meio ambiente”, ressalta o coronel Roney Cunha, comandante-geral do Corpo de Bombeiro Militar do Acre.

O Corpo de Bombeiros compõe a sala de situação para monitoramento dos focos de calor. Esse trabalho é desenvolvido em parceria com órgãos ambientais como Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre (Sema), Instituto de Mudanças Climáticas do Acre (IMC), Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O coronel Roney Cunha alerta ainda que as queimadas, além de prejudicarem a saúde e impactarem o meio ambiente, também interferem no processo educacional de muitas escolas, porque impedem as crianças de ir para a aula.

Corpo de Bombeiros atua no combate às queimadas, além de realizar campanhas preventivas (Foto: Onofre Brito/Secom)

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