Saúde Itinerante realiza quase 12 mil atendimentos em aldeias indígenas

Levar saúde até a população indígena percorrendo aldeias de difícil acesso pelo interior do estado também é uma das missões do Programa Saúde Itinerante, que há 18 anos proporciona serviços como consultas com clínicos gerais e especialistas, exames preventivos e laboratoriais e outras ações de saúde a comunidades carentes e mais longínquas do Acre.

Iniciado oficialmente em 2000 por meio de uma iniciativa do então senador Tião Viana, o programa, que ano passado se tornou política pública de estado, já realizou ao longo desse período quase 12 mil atendimentos só em aldeias indígenas do Acre.

Em 11 munícios percorridos, o Saúde Itinerante, vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), chegou a oito etnias diferentes, com um total de 7,8 mil consultas médicas em localidades nos rios Gregório, Purus, Muru, Tarauacá, Envira e Amônia, onde o acesso só é possível por meio de barcos ou caminhando por vários quilômetros por dentro da mata.

Mas a atenção à saúde dos povos indígenas não para por aí. Hoje, dia 19 de abril é comemorado o Dia Nacional do Índio. Quem fala sobre a data é a gerente das Políticas de Saúde das Populações Prioritárias e Vulneráveis da Sesacre, Zilmar Cândida, que ressalta que mesmo diante das dificuldades de um cenário nacional, se referindo aos encaminhamentos das políticas públicas pelo Governo Federal, a saúde indígena no Acre passa por um momento de fortalecimento no âmbito estadual.

“Essa política, apesar de não ser encaminhada como deveria pelo Governo Federal, existe e é real. No ano de 2017, por exemplo, a atenção primária que é a porta de entrada da saúde de qualquer cidadão, em especial o indígena, as equipes de saúde que fazem atendimento nas aldeias mensalmente, consolidou um atendimento de 10,1 mil indígenas. Um indicador elevado é sempre motivo para reavaliação das ações de saúde. Por outro, isso demonstra que existe um processo de atendimento, de fortalecimento e respeito com a saúde indígena, além do suporte na atenção de média e alta complexidade”, pontua.

Maternidade de Feijó possui espaço destinado às indígenas gestantes (Foto: Leônidas Badaró)

O acesso as ações e serviços de saúde são direitos garantidos por lei à população indígena, respeitando as especificidades culturais e práticas tradicionais de cada etnia. Nas maternidades de Rio Branco, Feijó e Cruzeiro do Sul, por exemplo, existem leitos diferenciados com instalação de redes para as mães indígenas como parte da política de humanização do governo.

De janeiro a dezembro do ano passado, 2.167 indígenas foram atendidos na rede de média e alta complexidade do estado.

O Assessor Especial dos Povos Indígenas, Zezinho Kaxinawá, fala sobre um outro serviço importante que tem ajudado a salvar vida de indígenas que moram em aldeias mais distantes. “Além do atendimento em média e alta complexidade nos hospitais e o Saúde Itinerante, temos tido o apoio no transporte de pacientes, com quadro grave de saúde, pelo helicóptero do estado. São pacientes que moram em locais de difícil acesso e que se não fosse esse suporte, dificilmente sobreviveriam”.

Nesse 19 de abril, fica a conscientização de que respeitar os povos indígenas significa respeito pela humanidade, pela nossa história e nossa cultura.

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