Técnicos do Banco Mundial conhecem atividades do Proser no Juruá

Uma equipe do Banco Mundial está no Acre desde o início da semana para supervisionar e conhecer parte dos projetos desenvolvidos pelo governo do Estado, por meio do Programa de Saneamento Ambiental e Inclusão Socioeconômica (Proser).

As visitas tiveram início na última segunda-feira, 26, no Vale do Juruá. A primeira parada foi na Terra Indígena Poyanawa, em Mâncio Lima. A proteção da biodiversidade da floresta e dos recursos naturais, combinada com a produção e o consumo de alimentos, além do resgate e valorização da cultura, norteia as ações do programa nas aldeias Ipiranga e Barão, numa área de 24.488 hectares. São 150 famílias que vivem da caça, pesca, plantio agroflorestal, artesanato e a criação de animais domésticos e silvestres.

Durante o encontro, os técnicos do Banco Mundial tiveram a oportunidade de conversar com os indígenas e avaliar as mudanças alcançadas com os investimentos. A produção de farinha de mandioca é uma das principais atividades econômicas do local. São cerca de 400 toneladas produzidas por ano.

A proteção da biodiversidade da floresta e dos recursos naturais, combinada com a produção e o consumo de alimentos, além do resgate e valorização da cultura, norteia as ações do Proser nas aldeias Ipiranga e Barão (Foto: Andryo Amaral)

Segundo o cacique Joel Ferreira, depois das reformas e ampliações realizadas nas casas de farinha com os recursos do Proser, o próximo passo é garantir o selo geográfico do produto. “Esse selo vai dar mais valor à nossa farinha, que é nossa principal fonte de renda atualmente. Mas nós também queremos ampliar as possibilidades, e uma delas é o resgate e a valorização do nosso artesanato. Estamos produzindo bastante na nossa aldeia, a demanda é alta, tudo que é feito é vendido, mercado não falta.”

Depois da Terra Indígena Poyanawa, a equipe do governo do Estado, composta por técnicos das secretarias de Planejamento (Seplan), Meio Ambiente (Sema), Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof)) e Desenvolvimento Florestal (Sedens), levou os técnicos do Banco Mundial até o Projeto de Assentamento Tonico Sena, região do Ramal dos 20, também em Mâncio Lima. Lá, 105 famílias  têm a produção de farinha de mandioca como a principal atividade de renda.

Com o Proser, 33 famílias foram beneficiadas diretamente com kits para a reforma e ampliação das casas de farinha. Na conversa que tiveram com os representantes do Banco Mundial, os produtores relataram os avanços, as dificuldades que ainda encontram e as perspectivas de melhorias de vida a partir do trabalho que pretendem desenvolver com os subprodutos da mandioca como o tucupi e a goma.

“Nós estamos em conversas com o Governo do Estado para viabilizar a implantação dessa agroindústria. A gente sabe da importância desses investimentos e dessa visita do Banco Mundial, pois são eles que fazem a liberação desses recursos via Estado”, disse Josimar Silva, o presidente da Associação dos Projetos Agrícolas Santa Cruz.

(Foto: Andryo Amaral)

Já na terça-feira, 27, em Cruzeiro do Sul, os técnicos do governo e Banco Mundial visitaram a sede da Central de Cooperativas dos Produtores Familiares do Vale do Juruá (Central Juruá). A cooperativa foi criada para fortalecer as cadeias produtivas do feijão, farinha e outros produtos agrícolas da região. Os recursos do Proser garantiram a reforma da sede da central, investimentos em maquinários, capacitação dos produtores e crédito para a compra direta da produção.

De acordo com o presidente da cooperativa, Germano Gomes, com a criação da entidade os produtores associados passaram a ter um aumento de até 70% no volume de negócios, especialmente com a farinha de mandioca. “Nossa meta é melhorar sempre, estamos concentrados no aprimoramento da fabricação da nossa farinha, nosso carro-chefe. Com os investimentos do Governo do Estado e parceiros nas boas práticas, desde o plantio até a produção, queremos e vamos ganhar o mercado do Brasil e o mundo”.

Da Central de Cooperativas, a comitiva seguiu para o Polo Naval de Cruzeiro do Sul. Criado em 2012, o estaleiro é gerenciado por uma cooperativa e oferece uma grande quantidade de serviços em um mesmo lugar para quem usa barcos como meio de transporte na região. Desde a fabricação de barcos de diversos tamanhos até o conserto de motores. As embarcações ajudam no escoamento da produção rural de ribeirinhos e o estaleiro integra as ações desenvolvidas pelo Governo do Estado para o fortalecimento das cadeias produtivas.

“Com essa cooperativa, esse espaço, nós demos um salto grande na nossa área, no comércio. Isso deu um suporte muito grande pra nós, porque o Polo Naval supre uma necessidade aqui no Vale do Juruá. O governo investiu em nós, no prédio, em equipamentos de trabalho, com toda essa infraestrutura que é muito importante pra região”, disse João Santos, presidente da Cooperativa dos Produtores de Barcos e Canoas do Juruá.

De acordo com a assessora técnica em produção das ações do Banco Mundial no Acre, Neiva Tessinari, os investimentos em produção realizados pelo Banco Mundial por meio do Proser, fomentam diversos produtores, desde as menores comunidades até agroindústrias e cooperativas, com acesso ao aprimoramento da sua produção. “Esses investimentos possibilitaram um crescimento na renda das famílias que foram beneficiadas, permitiu que elas tivessem acesso à uma qualidade de vida melhor. O Banco [Mundial] tem contribuído para o desenvolvimento sustentável do Acre em vários eixos.”

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