Tião Viana abre seminário que avalia desenvolvimento socioambiental acreano

Seguindo a história de respeito pela floresta e pelo povo acreano, o governo do Estado adota há quase 20 anos um modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo socialmente.

Um dos projetos desenvolvidos nessa área é a parceria com a Cooperação Alemã e o Banco Desenvolvimento Alemão KfW por meio do programa global REED Early Movers (REDD para pioneiros), que compensa aqueles estados e nações que comprovam controle no desmatamento e tenham um crescimento econômico sustentável.

Abrindo o seminário que avalia esse modelo, nesta segunda-feira, 17, em Rio Branco, o governador Tião Viana fez uma palestra apresentando os avanços e desafios que o Acre tem obtido nas políticas ambientais e econômicas.

A palestra

“O mundo vive uma tragédia ecológica. O Acre deu um passo à frente quando decidiu  ser o primeiro estado brasileiro a assumir  um conceito para suas políticas: conservar a natureza e assegurar desenvolvimento para suas comunidades”, explica o governador na abertura de sua apresentação.

“Estamos criando as condições para os filhos que virão no futuro”, disse Tião Viana sobre as políticas ambientais (Foto: Diego Gurgel/Secom)

Ele explicou ainda que esse conceito vem de uma identidade histórica, que se fortaleceu com a liderança de Chico Mendes, nos anos 1980, e está se consolidando nas atuais gestões de governo do Estado, junto de tantos parceiros que contribuem anualmente.

O passo que o estado está dando para essa evolução econômica e ambiental tem sido a produção diversificada, aplicada com tecnologia, ética e utilizando os 13% de áreas já abertas. “Muito nos orgulha, pode chegar em Assis Brasil, por exemplo, e ouvir de um líder como o De Araújo dar o testemunho de que nas comunidades de lá, com o látex e a castanha, as famílias podem tirar uma renda mensal de até R$ 1.500”, relata.

Exemplificando outras atividades que seguem esse conceito, o governador falou sobre a piscicultura, suinocultura, pecuária aplicada com tecnologia e sem desmate, a produção de cocos no Juruá, a de açaí irrigado, entre outras. “Estamos criando as condições para os filhos que virão no futuro”, afirmou.

Tião Viana afirmou ainda que esses investimentos são para todas as comunidades, seja indígenas, ribeirinhos, agricultores familiares ou extrativistas moradores de reservas florestais geridas pelo governo federal. “Só na Resex Chico Mendes investimos mais de R$ 35 milhões e mais R$ 38,9 milhões na região da Floresta Estadual do Rio Gregório”, complementa.

O REM

“O Acre segue a linha de controle do desmatamento e tem mostrado criatividade, inovação e grandes avanços na política ambiental”, disse Simon Triebel

Com o programa REM, o governo investiu mais de R$ 100 milhões para avanço da economia sustentável. “O governo está aplicando esses recursos para incentivar as boas práticas que garantem renda e também diminuição do desmatamento, fazendo assim um ciclo”, afirma Magaly Medeiros, presidente do Instituto de Mudanças Climáticas do Acre (IMC), pontuando que o Acre conseguiu reduzir o desmatamento em 47%.

O primeiro secretário da Embaixada da Alemanha no Brasil, Simon Triebel, falou sobre a importância de seu país estar há 20 anos cooperando com o estado. “O Acre segue a linha de controle do desmatamento e tem mostrado criatividade, inovação e grandes avanços na política ambiental”, declarou.

Falando sobre a necessidade de um controle global do clima, complementou: “Aqui é um exemplo que a mitigação das mudanças climáticas, proteção das florestas tropicais em pé e também desenvolvimento econômico não se excluem mutuamente, embora consolidar esse modelo constitui um desafio constante”.

A representante do KfW, Christiane Ehringhaus, explicou que um dos motivos de sucesso no programa é que aqui havia uma organização de políticas públicas nessa área. “O Acre foi o pioneiro dos pioneiros porque já tinha estruturas de participação e governança, especialmente com a criação do Sisa [Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais]”.

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