Acre é o primeiro colocado em captação de órgãos no país, em números relativos

Dados são referentes ao primeiro trimestre de 2009

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Processo de captação de órgãos foi iniciado neste ano no Acre. Resultados positivos reforçam eficácia da Central de Transplantes. (Fotos: Angela Peres/Secom)

O Acre atingiu o primeiro lugar em termos proporcionais na captação de órgãos no Brasil. As informações referentes ao primeiro trimestre de 2009 foram divulgadas pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. De acordo com os dados globais da tabela nacional de captação de órgãos por Estado, o Acre apresentou o índice de 17,7 pmp/ano (população por milhão). “Os números são relativos, mas já revelam os resultados do trabalho do Governo do Estado, através da Central de Transplantes do Acre”, destacou o coordenador da Central, Thadeu Moura.

O médico enfatizou ainda que os dados do primeiro trimestre são uma projeção do que será registrado durante esse ano. “Precisamos manter a constante busca de doadores”.

A Central de Transplantes foi implantada no início de 2008 e desde então vem atuando na estruturação e nas atividades de base, como a conscientização e capacitação dos profissionais, no sentido de evidenciar a importância da doação de órgãos e da necessidade de estar preparada para diagnosticar os possíveis doadores. A partir disso foram formadas em Rio Branco as Comissões Intra-Hospitalares para Doação de Órgãos e Tecidos. A mesma estrutura será criada em Cruzeiro do Sul.

{xtypo_quote_right}Precisamos manter a constante busca de doadores

Thadeu Moura{/xtypo_quote_right}O trabalho do grupo das Comissões começa quando um paciente dá entrada, por exemplo, no Hospital de Urgências e Emergências de Rio Branco (Huerb) e é avaliado pelo médico de plantão com parâmetros evidentes de morte encefálica. É aberto um protocolo, e a equipe da Central de Transplantes é acionada para nova avaliação. Esse procedimento é repetido três vezes, inclusive com a realização de exames para comprovar a morte encefálica. Só depois de confirmada a potencialidade do doador a família é informada e é feita a abordagem para saber se os familiares autorizam a retirada dos órgãos para doação.

Quando a família autoriza, novos exames são feitos, como os testes sorológicos e a tipagem sanguínea. Os resultados são enviados ao Sistema Nacional de Transplantes (SNT). A captação acontece depois da análise da logística de transporte. O Acre está apto a realizar a retirada de córneas, fígado, pâncreas e rins para efetivar o procedimento de doações.

Na região Norte apenas Acre e Pará estão presentes na tabela de captação de órgãos. Em números absolutos o Estado registrou três doadores efetivos. “Os dados mostram a eficiência do trabalho, já o Acre é um Estado com menor índice demográfico, menos pessoas idosas e com menos ocorrências de trânsito, portanto com menos potencial para doadores”, finalizou o coordenador da Central.

Para a enfermeira e integrante da equipe da Central de Transplante, Suilany Maia, tão importante quanto o trabalho final de captação de órgãos, são as atividades de orientação referentes ao diagnóstico precoce de doenças que poderão acarretar em necessidade de transplante e também as reuniões com pessoas transplantadas e famílias de doadores. “Nesses momentos reaprendemos que a dor da perda de um ente querido pode resultar na continuidade da vida de outras pessoas”.

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