Vale do Juruá realiza etapa regional da Conferência Nacional de Segurança Pública

Secretária ouve diretoras de escolas e anuncia mais delegados e plano específico para promover mais segurança nas escolas

 

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Conferência é realizada no vale do Juruá, que tem longa fronteira com o Peru, para ouvir opinião popular (Foto: Onofre Brito/Secom)

Depois de dois dias discutindo a temática da segurança em Cruzeiro do Sul, hoje foi a vez de a discussão ser ampliada para todo o vale do Juruá, nesta fase regional da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública. Além de Cruzeiro do Sul, os municípios de Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo e Porto Walter também enviaram representantes. Órgãos como Polícia Militar, Polícia Civil, Ministério Público, Defensoria Pública, Câmara Municipal de Vereadores, Assembléia Legislativa todos tiveram representantes nos trabalhos, além de instituições representando a sociedade civil. O prefeito em exercício de Cruzeiro do Sul, José Delmar Santiago e a secretária estadual de Segurança Pública Márcia Regina de Souza Pereira também estiveram presentes.

A conferência prossegue até a tarde quando serão definidas as demandas, sugestões e representantes que serão levados à fase estadual que vai acontecer nos dias 7 a 9 de julho. Segundo a secretária de Segurança, a conferência no Acre deveria ser apenas do Estado, mas como existe no estado uma tradição de participação popular foi considerada de extrema importância dar oportunidade a outras regiões (Juruá e alto Acre).

Ela lembra que o vale do Juruá tem uma longa fronteira com o Peru e por sua importância estratégica e por suas peculiaridades únicas no Estado e no país é “primordial que as pessoas daqui possam se manifestar acerca de um sistema de segurança para o estado e também levem para o cenário nacional as peculiaridades da região. Esta região é muito diferente do Acre e precisamos estar atentos para que políticas venham não de forma linear, mas que venham a propiciar o melhor atendimento a cada região” – disse.

A secretária explicou que medidas emergenciais já foram tomadas como a vinda de mais um delegado e pessoal para ajudar o Furepol a fiscalizar os bares, a revitalização do Pelotão Águia da PM e anunciou o envio de mais seis delegados e três peritos para a região já em junho. Cinco dos seis delegados atuarão em Cruzeiro do Sul; um deles atenderá Mâncio Lima e fará também atendimento em Porto Walter e Marechal Thaumaturgo.

Para o comandante da Polícia Militar, coronel Romário Célio, a Pm sempre teve como parceira a sociedade mas a conferência avança um pouco mais, por chamar mais autores que compõem o sistema de segurança pública ao debate e à participação, para que  se ache “uma nova maneira de caminhar”.

O delegado-geral de Polícia Civil, Emilson Farias da Silva, lembrou a Constituição – “Segurança Pública é dever do Estado, mas é obrigação de todos” – para enaltecer o estabelecimento da conferência pública como meio de envolvimento da sociedade para o debate sobre a segurança. “Em nenhum lugar do mundo o poder público vai alcançar resultados satisfatórios sem o envolvimento da população” – disse. Segundo ele com o envio de mais  delegados e peritos, com uma readequação da computadores e veículos, a Secretaria de Segurança prepara-se para dar um choque de gestão na região do Juruá.

Segurança nas escolas

Juntamente com o comandante da PM, Romário Célio e o Delegado Geral de Polícia Civil Emilson Farias da Silva, a secretária Márcia Regina reuniu-se hoje de manhã com as diretoras das escolas Dom Henrique Ruth e Craveiro Costa, com a participação também do Ministério Público, Corpo de Bombeiros e Polícia Federal, para conhecer a situação de insegurança que ronda estas escolas.

A Escola Craveiro Costa fica situada nas proximidades de quatro bairros carentes que são popularmente conhecidos na cidade como ‘Colômbia’ devido ao alto índice de insegurança. São eles o Telégrafo, Remanso, Cruzeirão e Cobal. Já a Escola Dom Henrique fica próximo a três bairros também muito carentes: o Saboeiro, o Mutirão da Cohab e o Cruzeirinho.

A secretária já recebeu um estudo preliminar da situação nas escolas feito pela PM e também pôde compreender ainda melhor com as informações das diretoras das escolas. Segundo ela, é importante diferenciar a violência que existe dentro da escola e a que vem de fora para dentro da escola e informa que a Secretaria de Segurança está trabalhando um plano específico para executar ações que melhorem a questão da segurança tanto das escolas quanto dos bairros adjacentes.

“A gente percebe que a violência está muito mais nos bairros que circundam as escolas, por uma série de razões, por falta de um lazer mais adequado para aquelas populações. Às vezes por terem um alto índice de consumo bebida alcoólica e desemprego, isto acaba chegando a uma situação que por si só gera violência” – disse.

 

 

 

 

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