Governo do Estado e prefeitura de Rio Branco unem forças para ajudar vítimas da alagação

O governador em exercício, César Messias, e o prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, estiveram no Parque de Exposições para prestar solidariedade às famílias vítimas da enchente (Angela Peres/Secom)

O governador em exercício, César Messias, e o prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, estiveram no Parque de Exposições para prestar solidariedade às famílias vítimas da enchente (Angela Peres/Secom)

O nível do Rio Acre, que corta a cidade de Rio Branco, preocupa a Defesa Civil Estadual. As constantes chuvas e o volume de água que caem no rio fizeram com que seu nível ao meio-dia desta quarta-feira, 15, chegasse a 15,90m. Também até  o meio-dia de hoje no abrigo da prefeitura, localizado no Parque de Exposições Marechal Castelo Branco, havia 234 famílias – cerca de 944 pessoas.

O governador em exercício, César Messias, e o prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, estiveram no Parque de Exposições para prestar solidariedade às famílias vítimas da enchente e verificar formas de apoio em todo o trabalho realizado na remoção dos desabrigados.

“Estávamos nos preparando para uma alagação apenas pelo período de abril”, relatou o prefeito Raimundo Angelim. “Mas a prefeitura está preparada para esse enfrentamento, e a parceria com o governo do Estado tem sido muito boa, fantástica”. Dos oitos anos da administração de Raimundo Angelim, este é o sexto que em que ele enfrenta uma alagação. No abrigo, as famílias desamparadas possuem a sua disposição uma ampla estrutura que inclui três refeições ao dia, posto de saúde, banheiros químicos, espaço para lavanderia, água potável e canil. Cada família tem um box à disposição para colocar seus pertences.

Apoio do governo

Só na madrugada desta quarta-feira, sob forte chuva, 88 famílias foram retiradas de áreas alagadas (Angela Peres/Secom)

Só na madrugada desta quarta-feira, sob forte chuva, 88 famílias foram retiradas de áreas alagadas (Angela Peres/Secom)

César Messias fez questão de comparecer ao abrigo organizado pela prefeitura e sentar com o prefeito Raimundo Angelim e sua equipe para decidir formas de apoio por mio do governo do Estado. “As situações climáticas não são favoráveis e as expectativas não são das melhores”, disse o governador, que se comprometeu em fortalecer as equipes de resgate e acolhimento, além de contribuir com o fornecimento da alimentação dos desabrigados. De janeiro até agora já foram distribuídas cerca de 23 mil marmitexes.

Atualmente existem 18 equipes de resgate dos desabrigados. Ainda nesta quarta-feira, esse número deve subir para 22. Cada equipe é composta por seis homens, incluindo um membro do Corpo de Bombeiros. Eles se revezam em turnos e se mantêm a postos 24 horas por dia, junto com a equipe de acolhimento situada no Parque de Exposições.

Só nesta madrugada, sob forte chuva, 88 famílias foram retiradas de áreas alagadas. Os bairros mais atingidos de Rio Branco pela cheia do Rio Acre são a Baixada do Habitasa, Taquari, Seis de Agosto e Adalberto Sena. A água começa a chegar também ao Adalberto Sena.

Preocupações

Atualmente existem 18 equipes de resgate dos desabrigados. Ainda nesta quarta-feira, esse número deve subir para 22 (Angela Peres/Secom)
Atualmente existem 18 equipes de resgate dos desabrigados. Ainda nesta quarta-feira, esse número deve subir para 22 (Angela Peres/Secom)

Atualmente existem 18 equipes de resgate dos desabrigados. Ainda nesta quarta-feira, esse número deve subir para 22 (Angela Peres/Secom)

Ano passado, em abril, o maior nível registrado pelo Rio Acre foi de 16,16 metros. A maior alagação em Rio Branco aconteceu em 1997 e registrou 17,66 metros. Com os atuais 15,90 metros ainda em janeiro, a situação é preocupante. Segundo o coronel do Corpo de Bombeiros e coordenador municipal de Defesa Civil Gilvan Vasconcelos, “depois de quinze metros, a cada dois centímetros, o número de atingidos aumenta consideravelmente”.

Para se ter uma ideia, às 19h30 de terça-feira, 125 famílias estavam desabrigadas. Em menos de 24 horas, quase 100 famílias a mais precisaram sair de suas casas. Com esse número de atingidos, a Defesa Civil pede paciência e compreensão dos moradores. É humanamente impossível estar em todos os lugares e retirar com pressa todas as famílias alagadas, principalmente pela forma como o volume de água do rio tem subido rápido.

O Riozinho do Rôla, um dos principais afluentes do Rio Acre, também tem sido preocupante. Sua última medição, realizada às 8 horas da manhã, registrou 16,70 metros. Em 2011, o Riozinho teve seu maior nível registrado em 15,22 metros. Embora seja um rio que encha e baixe rápido, tanta água reforça a preocupação da Defesa Civil.

 

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Como uma família atingida pelas águas deve proceder

1 – Quando perceber que as águas do rio estão próximas da residência, entrar em contato com o Corpo de Bombeiros através dos números 190 ou 193. 
2 – A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros vão enviar alguém para realizar uma vistoria no local e comprovar o perigo de alagação. 
3 – Tendo a comprovação, uma das equipes de retirada é enviada para o local. Elas levam a família e seus pertences para o Parque de Exposições. 
4 – Ao chegar no Parque, a equipe de acolhimento recebe a família e faz um inventário dos pertences que serão lacrados e guardados.  
5 – Terminado esse processo e com as devidas orientações, a família é imediatamente encaminhada para um dos boxes disponíveis podendo levar roupas, objetos pessoais, colchão, televisão, ventilador e máquina de lavar.

Não serão aceitas famílias que se dirijam por conta própria para o abrigo. {/xtypo_rounded2}

 

Cuidando do cidadão

Os desabrigados e seus pertences são levados para o Parque de Exposições Marechal Castelo Branco (Angela Peres/Secom)

Os desabrigados e seus pertences são levados para o Parque de Exposições Marechal Castelo Branco (Angela Peres/Secom)

No Parque de Exposições, a maioria dos desabrigados é de mulheres e crianças. Uma programação recreativa foi organizada para que as crianças não fiquem ociosas nesse período. A Polícia Militar também está presente, com homens e uma viatura, fazendo a segurança entre os desabrigados.

Gerci da Conceição, 33, moradora da Baixada da Habitasa, foi pessoalmente ao Corpo de Bombeiros solicitar ajuda, e na manhã desta quarta-feira foi retirada de sua casa e levada para o Parque de Exposições com mais seis pessoas que moram em sua casa, e o gato, que não sai de seu colo. Importante lembrar que os animais domésticos possuem um canil no Parque para que possam ficar estabelecidos até a hora de voltar para casa.

Um posto de saúde também tem funcionado no Parque. Um médico está disponível duas vezes por semana. Se houver necessidade de atendimento médico urgente, as equipes da prefeitura levam e trazem os pacientes dos postos de saúde. Para Gleiça da Costa, desabrigada do bairro Cadeia Velha junto com seus cinco filhos e o marido, a situação é desoladora. “Mas eles tratam a gente muito bem aqui. Melhor que estar lá dentro da água.”

As mães com filhos muito novos também pode se cadastrar através da Secretaria Municipal de Assistência Social para receber leite, massa e fralda do município enquanto estiverem no abrigo. A secretaria tem realizado todas as ações de acolhimento e mediação de conflitos.

Pelo interior

De acordo com o relatório da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, a situação é de alerta em Sena Madureira e Cruzeiro do Sul. O Rio Iaco já atingiu 15,10 metros – a cota de transbordamento é de 15,20 metros. Já o Rio Juruá está com 12,14 metros, dando um pequeno sinal de vazante, mas ainda em cota de alerta. Em Brasileia e Xapuri, o Rio Acre se aproxima de sua cota de alerta.

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