Governo fortalece cadeia produtiva do bambu ao inaugurar Centro Vocacional Tecnológico

Detentor da maior reserva natural de bambu do mundo, o Acre inova e aposta em pesquisas ao inaugurar, nesta quinta-feira, 10, em Rio Branco, o Centro Vocacional Tecnológico de Bambu (CVT Bambu). O laboratório é coordenado pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Sect), Fundação de Tecnologia (Funtac) e da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapac).

Durante a inuaguração, o Estado entregou um autómovel para auxiliar nos trabalhos do CVT (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Com mais de 600 mil hectares de floresta natural de bambu, o estado investe em estudos científicos e experiências exitosas, com o intuito de torna-se referência também no cultivo da planta. Para a isso, na gestão de Tião Viana, quatro viveiros foram implementados e o governo trabalha para consolidar outros cinco, neste ano.

“O Acre tem a maior floresta contínua de bambu do mundo, isso abre uma oportunidade de um grande futuro para economia florestal do estado. Por isso, temos investidos em linhas de pesquisas e laboratórios de estudos. A indústria florestal tem dado um salto significativo, nós consolidamos o arco industrial de Cruzeiro do Sul, Xapuri, Manoel Urbano e, agora, estamos avançando em Tarauacá. Só em Manoel Urbano, 600 empregos foram gerados na safra de madeira”, destacou o governador Tião Viana.

A iniciativa do Centro Vocacional é parte de convênio entre o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) e governo do Acre, de um total de R$ 2,5 milhões. Com o espaço externo todo construído a partir do bambu, o CVT visa reunir produtores, pesquisadores e empreendedores em único local, promovendo a ascensão da planta, também utilizada na construção do Quiosque do Parque do Tucumã e, em breve, de uma parada de ônibus modelo, na capital.

A inauguração do laboratório de bambu se soma a outras iniciativas de fomento às pesquisas sobre a viabilidade socioeconômica do bambu. O governo financia seis bolsas de estudos científicos e assinou hoje convênio de um novo inventário de pesquisa para região do Alto Acre.

A primeira-dama do Estado e arquiteta, Marlúcia Cândida, frisou a versatilidade da planta. “O bambu seve tanto para construção civil, quanto para o artesanato, indústria de alimentos, de tecidos, cosméticos, entre outras áreas. A proposta do CVT é aprofundar as pesquisas sobre as inúmeras maneiras de o bambu contribuir com o desenvolvimento da economia local.”

Guitarra de bambu é mais nova criação de empresários acreanos, que apostam no produto (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Povo empreendedor

Versátil, em abundância e com valor de mercado mais acessível, o bambu foi utilizado, pelo Grupo Cria, para composição de uma linha de instrumentos musicais. A guitarra de bambu é mais nova criação dos empresários, que apostam no produto para expandir a marca.

De acordo com o empresário e músico, Lucas Mortari, os instrumentos de bambu têm mais qualidade e são mais rentáveis. “O bambu se mostra superior à madeira, mais resistente, durável e mais sonoro. Sem falar que produzimos um instrumento de altíssima qualidade, valor agregado e o retorno financeiro é de 1010%. Contudo, ainda temos a dificuldade de encontrar ferramentas especializadas, mas acredito que o CVT pode nos auxiliar bastante nisso”, ressaltou.

A planta promove o desenvolvimento sustentável, é o que explica a secretária de Ciência e Tecnologia, Renata Souza. “O bambu tem um potencial econômico, que se dá por meio da sustentabilidade. Além de trabalharmos com o nosso ativo florestal, também temos apostado no plantio da espécie para avaliar o comportamento do bambu plantado, visando futuramente facilitar o acesso de produtor à planta, extração e transporte do produto.”

O projeto CVT Bambu tem gestão integrada pelas instituições públicas de tecnologia do Estado e conta com a parceria da Universidade Federal do Acre (Ufac), Sebrae, Associação de Manejadores de Madeira (Assimanejo) e Instituto Federal do Acre (Ifac).

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