Governo inaugura núcleo de execução penal feminino em Cruzeiro do Sul

Nova unidade tem maior capacidade e oferece melhores condições de ressocialização

nucleo_feminino_onofre_brito_014.jpg

nucleo_feminino_onofre_brito_016.jpg

Governo do Estado investiu cerca de R$ 50 mil na adequação do prédio e na compra de equipamentos para o núcleo (Foto: Onofre Brito/Secom)

O Governo do Estado inaugurou nesta semana o Núcleo de Execução Penal Feminino, em Cruzeiro do Sul, em ato solene que reuniu várias autoridades judiciárias, políticas e da área de Segurança, além dos agentes que vão trabalhar na unidade prisional. Até então, as presas ficavam alojadas em três celas na penitenciária Manoel Néri da Silva. A nova unidade pode alojar 36 mulheres em dois alojamentos coletivos, com banheiro. Existe ainda um berçário, uma sala multiuso, uma cela de recolhimento, um amplo pátio para o banho de sol e salas para os setores administrativos. A unidade receberá mulheres em situação de prisão de todo o Vale do Juruá incluindo Feijó e Tarauacá.

O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Henrique Corinto, informou que tanto em Cruzeiro do Sul quanto em Rio Branco o principal crime que causa a prisão de mulheres é a associação ou parceria com o tráfico de drogas. "Queremos que elas paguem suas penas, mas tenham oportunidade de ser reinseridas na sociedade", disse Corinto.

Segundo o Diretor Executivo do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), Leonardo Carvalho, o governo investiu cerca de R$ 50 mil na adequação do prédio e na compra de equipamentos. Cerca de 30 pessoas trabalharão no local entre agentes penitenciários, pessoal técnico da penitenciária Manoel Néri, e estagiários universitários. A PM também vai montar um posto para segurança no local. Hoje há 33 mulheres presas em Cruzeiro do Sul e a nova unidade terá vagas para 36. Leonardo considera que as novas instalações favorecem a ressocialização, que é objetivo maior do Iapen.

Ele informou que em Rio Branco existem 140 presas em regime fechado e 25 em regime semiaberto, alojadas em unidade dentro do complexo penitenciário que abriga também os homens, mas já existem projetos encaminhados ao Ministério da Justiça para a construção de uma unidade exclusiva para as mulheres. Em Sena Madureira existe uma experiência parecida com a que se inicia em Cruzeiro do Sul com 15 presas.

Respeito e dignidade

nucleo_feminino_onofre_brito_009.jpg

Unidade oferece melhores condições de ressocialização às detentas (Foto: Onofre Brito/Secom)

A juíza da Segunda Vara Criminal e Execuções Penais de Cruzeiro do Sul, Evelin Campos Cerqueira, participou da inauguração e gostou do que viu: "Este é um espaço só delas onde poderão cumprir suas penas num ambiente de respeito e dignidade às mulheres". A juíza disse também que este é o primeiro passo e que o presídio masculino também será reestruturado devendo oferecer as mesmas condições de ressocialização.

A detenta Silvia de Oliveira, presente ao ato de inauguração, disse que vai ficar bem melhor para todas, especialmente devido à higiene do uso dos banheiros, pois na penitenciária era apenas uma para todas as educandas, o que era motivo de confusão. Ela destaca também que vai melhorar o acesso aos visitantes familiares. Silvia tem três filhos que sempre a visitam na penal acompanhados da avó. Mesmo presa, ela estuda. Na prisão já aprendeu fazer algum tipo de artesanato, que pode ajudá-la a obter alguma renda quando estiver livre.

O defensor público geral do Estado, Dion Nóbrega Leal, qualificou de excelentes as condições oferecidas na nova unidade prisional para a ressocialização. "O governo está avançando, está humanizando o cumprimento da pena. Aqui nem parece uma casa de detenção. É um espaço mais humano, que valoriza o reeducando. O governo está de parabéns por essa obra".

"Este é um espaço só delas, onde poderão cumprir suas penas num ambiente de respeito e dignidade às mulheres", afirmou a juíza Evelin Campos Cerqueira, também presente no ato.

 

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter