Na COP 21, Tião Viana destaca resultados do Acre no combate ao desmatamento

Durante o evento paralelo “Dia do Acre: Consolidando uma economia verde e de inclusão social na Amazônia”, na COP21, em Paris (França), o governador Tião Viana destacou, em entrevista exclusiva à Envolverde (editora de referência nacional em jornalismo ambiental), os resultados do Acre no combate ao desmatamento. A entrevista ocorreu nesta segunda-feira, 7.

Na ocasião, Tião Viana apresentou os números positivos da redução do desmatamento na Amazônia e afirmou que espera que os líderes mundiais entendam que podem fazer mais sem que isso envolva sacrifício, seguindo uma exigente mudança de paradigma, de visão de desenvolvimento, de cooperação e de lucro.

O governador destacou, ainda, os esforços do Acre junto ao GCF  – representado pelo governo da Califórnia, que tem em sua liderança um grupo de força-tarefa de governadores contra o desmatamento e a favor do desenvolvimento sustentável articulado a um grupo de 29 estados subnacionais, em quatro continentes que atuam na luta contra o aquecimento global.

“Temos que consolidar uma cooperação e exemplos articulados. Não será uma solução de governos federais apenas, mas será uma solução de governos estaduais, municipais, de micros, médias e grandes regiões da Amazônia, das regiões de florestas e das regiões que estão vinculadas e que possam se vincular ao desenvolvimento sustentável”, pontuou.

Pelo fim do desmatamento ilegal na Amazônia

O Acre conseguiu reduzir em 10% o desmatamento na Amazônia e está num acumulado de 62%, nos últimos dez anos. “Enquanto os estados estão apontando uma redução de 80% até 2020. Em 2020 não queremos ter desmatamento nenhum, a não ser desmatamento residual em nosso território, porque temos uma luta como se fosse a afirmação de uma cultura, de um valor civilizatório, um valor de comunidade, de vida pessoal”, destacou Tião Viana.

O governo do Acre trabalha para diversificar bases econômicas, assegurar o crescimento econômico, assegurar conservação e as boas práticas de desenvolvimento, entendendo que uma união entre comunidade, setor empresarial pequeno, médio, mercado e governo podem fazer uma diferença quando se tem a criatividade para ver que fontes alternativas de desenvolvimento e economia podem ser compartilhadas.

Consequências das mudanças climáticas no Acre

Tião Viana destacou, ainda, algumas mudanças climáticas que veem afetando o estado nos últimos tempos, como a alteração do regime de chuvas e a mudança de temperatura. Mas, o efeito mais observado no momento são as cheias dos rios.

A cooperação técnica com organismo internacionais

O governador pontuou, ainda, a relevância de cooperação técnica com organismos internacionais e governos como o da Alemanha, com o KfW – banco de desenvolvimento alemão -, e o Fundo Amazônia, com membros do governo da Noruega e com representantes do governo da Califórnia, os quais esses recursos vão exatamente para essa ponta.

“Eles veem o resultado da redução das emissões, entendem que é um ponto de comunicação com o REDD – (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), com o REDD Plus, que nos une para mensurar qual seria a contribuição que a região estaria dando à redução das emissões, e eles ajudam a financiar como metas”, explica.

Para Viana, isso é inovador pra que outros estados participem e para que o governo federal esteja cada vez mais junto alcançando os melhores resultados.

Os interesses do AC na COP21

Arguido sobre as expectativas do Acre para os resultados da COP21, Tião Viana lembrou que desde o Protocolo de Kyoto o estado tem as melhores expectativas. Segundo ele, o que se pode dizer hoje em um mundo de coalizões e não mais de lideranças isoladas, é que parece que houve um despertar de maior preocupação.

“Espero que os líderes mundiais entendam que podem fazer mais e que isso não envolve sacrifício de ninguém, envolve apenas uma exigente mudança de paradigma, de visão de desenvolvimento, de visão de cooperação e de visão de lucro. Não será apenas a agenda da preocupação com as migrações que vai nos afetar, e não será apenas a agenda do terrorismo, mas a agenda do meio ambiente. Ou ela é o carro chefe global, ou as consequências serão imprevisíveis”, conclui.

Leia a entrevista.