Polícia forense

Novo equipamento vai melhorar o trabalho de peritos da Polícia Civil na extração de DNA

Disruptor de células e tecidos vai ser usado para macerar ossos e dentes

O Departamento de Perícia Técnica (DPT) da Polícia Civil do Acre recebeu importante aliado na identificação de pessoas por meio da extração de DNA. Trata-se de um dos mais modernos equipamentos para a pulverização de ossos, permitindo a identificação de cadáveres, o TissueLyser.

A aquisição foi possível graças ao Tribunal de Justiça do Estado do Acre, por meio de projeto apresentado pelo DPT à Vara de Execuções Penais. E a entrega aconteceu nesta quinta-feira, 25, com a presença do secretário da Polícia Civil, delegado Rêmulo Diniz, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Francisco Djalma, além de peritos criminais, policias civis e técnicos do Judiciário.

A máquina reduz a pó ossos e dentes em aproximadamente 30 segundos, otimizando o processo de reconhecimento de restos mortais através do DNA, que até então era feito pelos peritos nos métodos convencionais, coleta de digitais e comprovação de familiares.

Máquina é uma das mais modernas e vai permitir que DNA seja extraído de ossos para identificar pessoas mortas (Foto: Asscom/Polícia Civil)

O diretor do Instituto de Análise Forense, Giulliano Cezarotto, afirma que equipamento vai possibilitar que façam em um dia o que demorariam semanas na perícia forense. “ Realizávamos a extração de ossos e dentes manualmente, com serras e lixas, o que tornava o processo moroso, o TissueLyser vai permitir uma significativa redução no tempo da análise, corroborando para fidelidade dos laudos “, destaca o Perito Criminal.

O laboratório de genética forense da Polícia Civil é o responsável pelos exames de DNA, paternidade criminal, dos crimes envolvendo violência sexual, homicídios e arrombamentos em residências.

No Acre, a geografia que favorece a desova de cadáver em lugares pouco habitado, áreas com dificuldade de acesso e a fauna, onde peixes em dois ou três dias consomem quase a totalidade de um cadáver, é imprescindível um trabalho minucioso para emissão de um laudo. De acordo com o Diretor, o Acre tem hoje 59 corpos aguardando identificação, alguns já estão no Instituto há cerca de uma década.

Na oportunidade, o Secretário de Polícia Civil tratou ainda com o chefe do Judiciário sobre uma parceria para ressocialização de alguns apenados, que serão indicados pela Vara de Execuções e após análise do nosso departamento de Inteligência, serão inseridos em atividades no Departamento de Perícia, conforme as aptidões intelectual e técnica de cada um.

O convênio firmado entre as instituições ocorre por meio de recurso financeiro que o Poder judiciário acreano tem disponível resultante do recolhimento do Fundo das Penas Pecuniárias, criado pelo criado pelo provimento n. 01/2013 da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado do Acre, em atenção à Resolução n. 154/2012 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que disciplina a utilização de valores oriundos de condenações criminais que envolvam o pagamento de multas em dinheiro.