O Acre tornou possível o meu recomeço, diz rondoniense que passou por transplante

Nossa equipe encontrou Airton fazendo selfie pelos corredores do HC (Foto: Júnior Aguiar)

Natural de Rolim de Moura, no estado de Rondônia (RO), e há três anos fazendo tratamento em Porto Velho contra uma hepatite que evoluiu para cirrose, o rondoniense Airton Silva Araújo, de 48 anos, passou por um transplante de fígado no último dia 21, no Hospital das Clínicas (HC), na capital acreana.

Comemorando a recuperação rápida e o procedimento realizado com sucesso, o paciente, que há mais de seis meses passou a residir em Rio Branco enquanto aguardava pelo transplante, conta que foi no Acre que teve a certeza de que conseguiria um novo recomeço de vida.

“Quando fiz minha inscrição no cadastro de transplantes fui para São Paulo. O médico que fazia meu acompanhamento em Porto Velho disse que no Acre as chances eram maiores, então eu falei pode me inscrever doutor, que é para lá que eu vou. O Acre tornou possível meu recomeço de vida, e me deu essa nova oportunidade. Só tenho a agradecer, tanto a equipe médica de excelência, quando ao povo acreano que é tão acolhedor e solidário”, destaca Airton.

Apesar de ter passado por um procedimento de alta complexidade, Airton falou que ficou impressionado com a recuperação tão rápida. Ele conta, que um dia depois do transplante já estava sentado na cama fazendo “selfie”. E foi assim, nos corredores do HC, que a equipe de reportagem encontrou o paciente, tirando fotos pelo celular, que segundo ele, seriam enviadas para amigos e parentes em Rondônia, dando conta de sua melhora.

“Tenho uma conhecida que teve que ficar mais de dez dias na UTI para conseguir sentar após o transplante que fez em São Paulo. Eu já no dia seguinte estava era fazendo selfies. Agradeço a Deus e aos profissionais que me deram todo o suporte e fizeram desse procedimento um sucesso”, agradece dizendo ainda que manterá suas vindas ao Acre para rever os amigos e a equipe do HC quando voltar para a sua cidade natal.

O rondoniense que veio para o Acre acompanhado da esposa e da filha de um ano de idade, fala da importância da doação de órgãos para salvar vidas, e se emociona ao lembrar que recebeu o fígado de um acreano de 30 anos que morreu vítima de traumatismo craniano.

“Na minha cabeça, achava que não era certo esperar alguém morrer para salvar a minha vida. Uma pessoa me disse uma vez, que Jesus morreu para nos dar a vida. Então pude compreender que se tratava de algo muito maior. Envolve amor, solidariedade e compaixão. Passei a entender esse propósito e agradeço a família da vítima que por meio desse mesmo amor, autorizou a doação”, diz emocionado.

“Ganhei na mega sena da vida”, diz outro paciente

Na mesma enfermaria, só que no leito 128, outro paciente se recupera bem após um transplante de fígado realizado na última quinta-feira, dia 25, pelo cirurgião hepático Tércio Genzini, responsável pela equipe de transplantes do Acre.

Francisco Vieira Pinto, de 39 anos, assim como Airton, não é acreano. Morador de Guajará, no Amazonas, divisa com Cruzeiro do Sul, ele conta que desde 2004 lutava contra uma hepatite b, e que de uns tempos para cá, a doença se agravou.

“A moça da Central de Transplante me ligou uma hora da manhã, falando que tinham encontrando um doador compatível, e que eu deveria me internar no dia seguinte para iniciar os preparativos para meu transplante. Desde então nem dormi. Tantos anos fazendo tratamento, e a doença só avançando, ter uma notícia dessa é ganhar na mega-sena da vida. Agora é cuidado redobrado com a saúde para não desperdiçar essa nova chance”, ressalta.

“Recebi ligação da central de transplantes 1 da manhã. Foi o melhor susto que já tomei”, diz Francisco (foto: Júnior Aguiar)

Ao todo, o Acre já promoveu mais de 600 transplantes. Desses, cerca de 300 foram efetivados via Tratamento Fora de Domicílio (TFD). Os outros procedimentos foram realizados no Hospital das Clínicas a partir da criação da Central Estadual de Transplantes, há 11 anos.

O Acre é único estado da Região Norte com programa de fígado ativo, chegando, com estes últimos dois procedimentos, ao 32º transplante do órgão.

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