Polícia prende agentes penitenciários acusados de maus-tratos

Integração dos órgãos estaduais permitiu identificação dos investigados no assassinato do presidiário Magaivo Souza

dsc01324.jpg

Autoridades da Polícia Civil, Iapen e Direitos Humanos falaram sobre as investigações realizadas (Foto: Pedro Paulo/Assessoria PC)

Em uma ação simultânea, três equipes de policiais civis, sob o comando do delegado José Barbosa de Moraes (4ª Regional/Tucumã), prenderam os agentes penitenciários Daniel Júlio Ferreira da Mota, Ronney Christian Jerônimo Batista e Arthur de Jesus Nascimento da Silva. Os servidores do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) são investigados por crime de tortura, desde 31 dezembro de 2009, quando ocorreu a morte do presidiário Magaivo Souza do Nascimento, de 22 anos.

A morte se deu no interior do presídio Antônio Amaro Alves e, conforme foi apurado pela polícia, os suspeitos teriam agido juntos para praticar a violência mediante o uso de cassetete, causando as lesões cerebrais (traumatismo craniano encefálico) que deram origem ao óbito do preso. Magaivo era pronunciado da Justiça por haver abusado uma enteada de 2 anos, causando-lhe morte violenta, crime ocorrido na zona rural de Sena Madureira (144 quilômetros de Rio Branco).  

dsc01331.jpg

Durante coletiva à imprensa na sexta-feira, foi comunicada a prisão dos acusados (Foto: Pedro Paulo/Assessoria Polícia Civil)

O comunicado foi feito durante entrevista coletiva à imprensa na tarde desta sexta-feira, 5, quando ocorreram as prisões, no gabinete do secretário da Polícia Civil Emylson Farias e contou com a presença de Leonardo Carvalho (diretor do Iapen), do delegado José Barbosa e do secretário de Direitos Humanos Henrique Corinto. “O inquérito ainda não foi relatado, mas há indícios robustos nos autos que produziram provas suficientes para embasar as representações de prisão, decretadas pela juíza da 2ª Vara Criminal Denize Bonfim”, destacou o secretário Emylson.

Ele ressaltou que a medida dura da Justiça em relação aos investigados traduz de forme fiel as respostas que o Estado apresenta para quem tortura e age de forma delituosa dentro das unidades prisionais do Acre. “Nós abominamos a tortura, que nesse caso evoluiu para um óbito, mas o Estado agiu rápido”, ressaltou Henrique Corinto, que acompanhou de perto o trabalho desenvolvido pela Polícia Civil.  

Leonardo Carvalho, diretor do Iapen, lembrou que, paralelamente à investigação da Polícia Civil, um procedimento de investigação interna já havia sido instaurado, para apurar com rigor os fatos. Esse trabalho da corregedoria do Iapen serviu de apoio para as provas técnicas, oriundas das pesquisas cientificas do IML e da Polícia Técnica. Os acusados se encontram recolhidos em regime de prisão preventiva na Papudinha.

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter