Reeducandos iniciam aulas práticas do curso de poda e jardinagem

Cerca de 15 reeducandos que cumprem pena no regime fechado deram início nesta terça-feira, 10, a mais uma etapa de capacitação, que beneficiará os parques públicos de Rio Branco: as aulas práticas do curso de podas e jardinagem.

O curso é resultado de parceria entre o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), que fez a aquisição de equipamentos necessários, e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia), que em contrapartida fará toda a  instrução técnica e deixará parte do efetivo profissional à disposição enquanto durar a execução do trabalho.

Após aprenderem sobre o manuseio de roçadeiras, grupo recebe qualificação sobre poda e paisagismo (Foto: Val Fernandes/Secom)

Conforme explica o diretor presidente do Iapen, Aberson Carvalho, os reeducandos são previamente selecionados mediante análises psicossocial e de comportamento, com a devida liberação da Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas (Vepma):

“São reeducandos que não cumprem nenhum processo disciplinar e que têm a oportunidade de trabalhar para conquistarem a regressão de pena. Portanto, conseguimos cumprir nosso papel de ressocializar, de modo que o custo que um reeducando tem para a sociedade dentro do sistema, ele devolve à sociedade com seu trabalho”.

Sob supervisão de agentes penitenciários, os reeducandos devem cumprir nos próximos dias carga horária de atividade semanal. A ideia é dar continuidade ao trabalho iniciado com o mesmo grupo que iniciou na última semana a roçagem de parques públicos administrados pelo Estado como o da Maternidade, Tucumã e Chico Mendes.

“Como toda jardinagem e poda exigem técnicas é muito importante essa parceria para capacitar mão de obra que venha a ser útil para o reforço do trabalho do poder público. Assim, a cidade ganha em ter esses espaços com sua manutenção em dia, ao mesmo tempo em que se consegue tirar esse público do ócio”, comenta a gestora da Semeia Paola Fernanda Daniel.

Vislumbrando o futuro em sociedade

Sob supervisão de agentes penitenciários, os reeducandos devem cumprir nos próximos dias carga horária de atividade semanal (Foto: Val Fernandes/Secom)

“O dinheiro que vem fácil é só uma ilusão porque o preço de ficar longe da família, não estar presente num aniversário, num Natal, é muito alto. Depois que a gente reflete um pouco sobre a vida, percebe que realmente o crime não compensa”, declara um dos reeducandos beneficiados pelo curso, de nome fictício, José, 44 anos.

Por envolvimento com o tráfico de drogas, foi sentenciado a nove anos de pena em regime fechado, dos quais cumprirá aproximadamente quatro anos: “Só dois já faz que estou lá dentro com saudade de casa. Por isso que depois de três meses eu já busquei agarrar todas as oportunidades, estudar e trabalhar”.

Em breve, José retornará para sua família. Indagado sobre as perspectivas para o futuro, concluiu: “Pretendo investir no que aprendi bem lá dentro, que foi trabalhar com horticultura. Primeiramente, tive que confiar em mim de novo e espero que a sociedade me dê esse voto de confiança também”.

 

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