Acre reúne Peru e Bolívia para discutir os desafios do crescimento econômico e sustentável

Governador Tião Viana realiza a abertura do Seminário de desenvolvimento Econômico Integrado entre o Brasil, Peru e Bolívia (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Governador Tião Viana realiza a abertura do Seminário de Desenvolvimento Econômico Integrado entre o Brasil, Peru e Bolívia (Foto: Sérgio Vale/Secom)

A integração entre Acre, Bolívia e Peru foi criada pela natureza. Já existe e é facilmente observada no mapa: o Estado faz mais fronteira com os países vizinhos do que com Rondônia e Amazonas. Regiões colocadas lado a lado pela geografia, que compartilham o mesmo ecossistema, a mesma floresta e agora buscam a integração econômica. Se por mais de cem anos Bolívia e Peru viveram de costas para o lado de cá da Amazônia, o convite feito por este jovem Estado de apenas 50 anos é para que, a partir de agora, ambos deem as mãos e caminhem juntos, fazendo do meio ambiente um velho amigo.

Foi para fortalecer a integração econômica que o Governo do Estado, como parte das comemorações pelo cinquentenário, convidou os países vizinhos para discutir problemas, buscar soluções em conjunto e superar desafios. “O Acre não vai conseguir se desenvolver se os países que fazem fronteira conosco continuarem numa situação difícil, com baixa perspectiva de desenvolvimento sustentável. Por mais de cem anos vivemos de costas uns para os outros e hoje a integração física já existe. É preciso integrar a economia, a cultura”, disse o vice-governador, César Messias.

"Por mais de cem anos vivemos de costas uns para os outros e hoje a integração física já existe. É preciso integrar a economia, a cultura”, disse o vice-governador, César Messias (Foto: Sérgio Vale/Secom)

“Por mais de cem anos vivemos de costas uns para os outros e hoje a integração física já existe. É preciso integrar a economia, a cultura”, disse o vice-governador, César Messias (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Leia mais

Seminário Internacional vai discutir economia e desenvolvimento na tríplice fronteira

Brasil, Peru e Bolívia se preparam para o Seminário Internacional de Desenvolvimento

Participam do Seminário Internacional de Desenvolvimento Econômico Integrado Sustentável na Pan-Amazônia Sudoeste e o 1° Encontro Internacional de Turismo e Comércio, nos dias 14 e 15, governadores de cinco estados peruanos e um estado boliviano, além do Embaixador do Brasil no Peru, Carlos Lazary Teixeira – que fez questão de vir ao Acre pela Estrada do Pacífico “para provar que a integração física já é uma realidade” – e do Embaixador do Peru no Brasil, Jorge Bayona Medina.

“Vamos trabalhar para que esta integração seja global, completa”, disse Teixeira. Entre as autoridades acreanas participaram da abertura do Seminário o senador Jorge Viana, o prefeito Raimundo Angelim, presidente da Assembleia Legislativa, Elson Santiago e o presidente do Tribunal de Justiça, Adair José Longuini.

"A região do Acre só vai se desenvolver se houver uma estratégia de desenvolvimento para os países vizinhos, que têm o mesmo ecossistema”, disse a chefe do Gabinete Civil, Márcia Regina (Foto: Sérgio Vale/Secom)

“A região do Acre só vai se desenvolver se houver uma estratégia de desenvolvimento para os países vizinhos, que têm o mesmo ecossistema”, disse a chefe do Gabinete Civil, Márcia Regina (Foto: Sérgio Vale/Secom)

A política ambiental, baseada no crescimento da economia com respeito ao meio ambiente e às populações tradicionais, explorando a vocação do Estado, que é a base florestal, capacita o Acre para discutir o desenvolvimento sustentável. “É um momento em que o Estado completa 50 anos e, há mais de uma década vem implementando políticas públicas ambientais, e o Brasil discute, na Rio+20, como fortalecer economias verdes com inclusão social. A região do Acre só vai se desenvolver se houver uma estratégia de desenvolvimento para os países vizinhos, que têm o mesmo ecossistema”, disse a chefe do Gabinete Civil, Márcia Regina, que coordena a programação dos 50 anos de Acre Estado.

O governador Tião Viana afirmou que o Acre é o grande portal de integração com a América Andina, tendo ao redor um universo de 35 milhões de pessoas, além do acesso para o grande mercado do século 21, que é o mercado asiático. “A integração física já existe, embora tenham se passado 500 anos para que fosse construída a primeira ponte sobre o Rio Acre, que separa o Brasil e o Peru. Espero que sejamos capazes de demonstrar que fronteiras não são barreiras e que entre nós não há barreiras”, disse o governador Tião Viana.

O governador Tião Viana afirmou que o Acre é o grande portal de integração com a América Andina (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O governador Tião Viana afirmou que o Acre é o grande portal de integração com a América Andina (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Tião Viana também defendeu o desenvolvimento sustentável como saída econômica e social para a produção de drogas nos países vizinhos, grandes produtores mundiais de drogas naturais. “Se o mundo dispensasse 10% do que gasta com repressão às drogas para investimento em desenvolvimento sustentável os índices seriam outros. Porque quem tem uma vida digna não precisa produzir droga. Muitas pessoas sobrevivem da produção das drogas”, comentou.

Desenvolvimento não é destruição

O seminário internacional reúne cinco estados peruanos e um boliviano.  “Temos um futuro em comum com o desafio do desenvolvimento, mas tem que ser um desenvolvimento com respeito ao meio ambiente”, disse Luiz Flores, do Departamento de Pando.

O governador do Departamento de Ucayalli, Jorge Velasquez, defendeu a integração através da ferrovia (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O governador do Departamento de Ucayalli, Jorge Velasquez, defendeu a integração através da ferrovia (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O governador do Departamento de Ucayalli, Jorge Velasquez, defendeu a integração através da ferrovia. “Estamos caminhando com um único olhar, enxergando o processo de desenvolvimento com base na integração. A integração física que permite o desenvolvimento jamais poderia trazer impactos sobre o meio ambiente. É por isso que nós não necessitamos de uma estrada, mas de uma ferrovia que permita o transporte de carga. Precisamos de uma ferrovia com justiça ambiental”.

Velasquez encerrou sua fala deixando uma reflexão: “Estamos na terra de Chico Mendes e o povo acreano já deu mostras de luta e sacrifício pelo meio ambiente. Desenvolvimento não é destruição. Como vamos entregar para nossos filhos a terra que recebemos dos nossos avós, dos nossos pais?”.

“Estamos aproximando nossos problemas e adequando os nossos desafios. Se já fizemos muito até aqui, temos ainda muito mais para fazer. Este seminário pode ser um marco na nossa história", disse o senador Jorge Viana (Foto: Sérgio Vale/Secom)

“Estamos aproximando nossos problemas e adequando os nossos desafios. Se já fizemos muito até aqui, temos ainda muito mais para fazer. Este seminário pode ser um marco na nossa história”, disse o senador Jorge Viana (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O senador Jorge Viana defende o projeto da ferrovia que liga Cruzeiro do Sul a Pucallpa, no Departamento de Ucayalli, no Peru. “Estamos aproximando nossos problemas e adequando os nossos desafios. Se já fizemos muito até aqui, temos ainda muito mais para fazer. Este seminário pode ser um marco na nossa história, neste momento em que completamos 50 anos da criação do Estado e o Brasil sedia o evento mais importante do mundo em relação ao meio ambiente que é a Rio+20. Não teríamos maneira melhor de celebrar o cinquentenário”, comentou Viana.

“As questões urbanas que afetam as nossas populações não fazem parte da agenda de prioridades dos governos centrais. Não são prioridade nas discussões da Rio+20. Nós precisamos nos fortalecer”, disse o prefeito da capital acreana e presidente da Associação dos Municípios do Acre, Raimundo Angelim (Foto: Sérgio Vale/Secom)

“As questões urbanas que afetam as nossas populações não fazem parte da agenda de prioridades dos governos centrais. Não são prioridade nas discussões da Rio+20. Nós precisamos nos fortalecer”, disse o prefeito da capital acreana e presidente da Associação dos Municípios do Acre, Raimundo Angelim (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, e presidente da Associação dos Municípios do Acre (Amac), colocou na pauta uma discussão importante: “as questões urbanas que afetam as nossas populações não fazem parte da agenda de prioridades dos governos centrais. Não são prioridade nas discussões da Rio+20. Nós precisamos nos fortalecer”, acrescentou.

Ao final do seminário os governadores se reunião e apresentarão, em coletiva de imprensa, os resultados do encontro.

Galeria de imagens

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter