Etnoturismo como fonte de renda

Uma nova alternativa econômica sustentável, capaz de proporcionar ao povo indígena uma forma de aprender a lidar com a sociedade branca de uma maneira justa, organizada e responsável. Esta é a posta da aldeia Nova Esperança no etnoturismo. O Festival Yawa já era aberto ao turismo, mas nesta edição uma parceria desenvolvida com uma agência local de turismo permitiu a realização de um projeto piloto na área. No próximo ano os Yawanawás devem ter uma pousada para abrigar os visitantes.

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Jaqueline e Dórea investiram no etnoturismo para conhecer mais sobre a cultura indígena e o modo de vida na floresta. (Foto Sergio Vale / Secom)

“A vinda de pessoas não indígenas aqui é uma boa oportunidade de aprendizado e ao mesmo tempo de avaliar o que nós queremos e o que não queremos nesta relação. Para nós o turismo não é só a questão financeira, mas uma avaliação da nossa cultura, nossos costumes tradicionais e a forma de viver na floresta”, disse o cacique da aldeia, acreditando que a visita de turistas movimente de forma permanente a prática das tradições indígenas.

Viver a experiência de visitar uma aldeia foi o que levou a turismóloga Jaqueline Gil e superintendente da Polícia Federal no Acre, Luiz Dórea, à Festa da Terra.  Para ela, o momento mais marcante da estadia foi a recepção que os índios fazem para os participantes, envolvendo cantos e danças tradicionais.

O ator global Marcos Frota estava entre os turistas que visitaram a aldeia Nova Esperança. “Apesar do cansaço da viagem até aqui, a experiência de contemplar a simplicidade do modo de vida, a paz da floresta e viver um pouco desta cultura fazem valer a pena. Recomendo a todas as pessoas”.

 

esq_titulo.jpgPra onde vai o lucro?

 

Os lucros obtidos com as fontes de renda sustentáveis dos yawanawás são investidos na área social da aldeia. Uma parte é guardada e outra mantém a comunidade. “Hoje há uma dependência muito grande em conseqüência do contato com o homem branco. É necessário comprar roupas, instrumentos de trabalho como machado, terçado, combustível, motores e palhetas, e muitas outras coisas que não é mais possível abandonar. Não vamos mais voltar a trabalhar com machado de pedra. Então hoje estamos dependendo de instrumentos que são importantes, como barcos”, explica Biraci.

As tecnologias do homem branco são filtradas e utilizadas na aldeia para a melhoria da qualidade de vida da comunidade. Antes o percurso entre a aldeia até a BR 364 era feito em quatro dias, hoje o mesmo caminho é percorrido em algumas horas.

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